“Lembro daquela menina de 13 anos que se recusava comer”

Minha experiência com a amamentação não começou bem, mas se tornou algo lindo! Quando tive minha primeira filha, Emery, esperava amamentá-la pelo menos até 1 ano de idade. Bem, conseguimos fazer isso por 2 semanas. Finalmente, depois de duas semanas terrivelmente dolorosas, um bebê que chorava de fome e seios muito inchados, desisti e fiz uma mamadeira de fórmula.

Eu fiquei arrasada na época. Não senti nada além de derrota e culpa. Acabei aceitando nosso curto, mas significativo período de amamentação. Emery estava progredindo com a fórmula, e eu lhe dei 2 semanas de um maravilhoso leite materno. Minha garotinha estava o mais saudável possível!

Quando engravidei do nosso segundo filho, Max, decidi que desta vez iria buscar ajuda. Faria a amamentação dar certo. Max nasceu morto com 23 semanas. Um problema em seu cordão umbilical o impedia de receber fluxo sanguíneo e nutrição adequados.

Pouco depois do seu nascimento, comecei a produzir leite, o que adicionou sal a uma ferida já dolorida. Desejei mais do que qualquer coisa que meu bebê precisasse daquele leite. Em vez disso, tomei um banho quente, chorando e tirando leite com as mãos apenas para aliviar a dor física, desejando que houvesse uma maneira de aliviar minha dor emocional.

Foto: Hillary Falk

Já tinha ouvido falar de mães, cujos bebês morreram, que tiram o leite e doam em homenagem aos seus filhos. Se eu soubesse da doação de leite materno naquela época, teria aproveitado a oportunidade. Adoro fazer coisas em homenagem ao Max para manter sua memória viva! Doar leite materno teria me ajudado a me sentir melhor em um momento de desespero.

Pouco tempo depois, engravidei novamente e dei à luz uma linda menina, Olivia. Minha gravidez após a perda do Max foi a coisa mais assustadora pela qual eu já passei, só superada pela perda do Max. Todos os dias eu ficava com medo de perder Olivia também.

Depois que ela nasceu, foi como se um peso fosse tirado dos meus ombros, apenas para ser substituído por um peso ainda mais maior. O medo de manter um bebê vivo no útero é assustador, então a realidade de manter um bebê vivo e feliz fora do útero me atingiu. Eu estava totalmente destruída emocionalmente, mas me mantive de pé com a ajuda do meu marido e dos meus pais!

Foto: Hillary Falk

Eu planejava amamentar. Conversei com uma consultora em lactação antes da Olivia nascer e obtive o máximo de informações, e consegui minha bomba de tirar leite! Olivia reagiu bem, mas ainda tínhamos alguns problemas. Tive mastite e quase joguei a toalha. Se você já teve mastite, sabe do que estou falando.

Eu planejava voltar ao trabalho após os 3 meses de licença-maternidade, então comecei a bombear leite quando Olivia tinha 2 meses. Ela havia tomado mamadeira uma ou duas vezes antes de eu voltar ao trabalho e imaginei que ela continuaria tomando.

Eu estava errada! Olivia não gostou de tomar mamadeira. Ela brincava com a mamadeira, depois gritava e chorava até finalmente dormir. Então, fazia isso tudo de novo. Ela não tomava uma gota de leite.

Foto: Hillary Falk

Felizmente, meu chefe é incrível! Comecei a trabalhar um dia por semana em um turno de 5 horas, parando no meio do meu turno para cuidar da Olivia, que minha mãe levava ao trabalho. Com esse arranjo generoso, eu não precisava mais bombear para ter certeza de que Olivia estava tomando seu leite materno.

Continuei bombeando, pensando: ‘Nunca se sabe, podemos precisar disso em algum momento!’’ Depois de algumas semanas, eu tinha um bom estoque de leite e lembrei de ver uma amiga minha doar leite materno para outra mãe.

Foi quando todas as peças começaram a se encaixar. Procurei minha amiga, perguntando como ela fazia a doação. Também conheci a Human Milk 4 Human Babies Informed Milk Sharing Network e sua página no Facebook Human Milk 4 Human Babies – Illinois.

As mães podem compartilhar posts procurando ou doando leite materno, e o HM4HB publica sua solicitação ou oferta e sua cidade. É assim que me conectei com cada uma das minhas mães! Fiz um post dizendo que tenho leite materno, que fico feliz em doá-lo e muitas mães me procuraram!

Foto: Hillary Falk

Mas eu não posso omitir – nem tudo foi fácil. Eu acordava e tirava leite logo de manhã. Tirava leite durante ao menos 20 minutos com duas crianças em cima de mim, pedindo coisas, puxando os cabos da minha bomba. Depois de bombear, colocava o leite em bolsas e levava para o freezer.

Em seguida, vem a parte mais divertida, lavar todas as peças da bomba e garrafas! Lembro de um dia, sentada no chão, conectando a mangueira de ar no protetor de refluxo pelo que parecia ser a milionésima vez, e me perguntando por que continuava fazendo isso. Então, pensei nos bebês que poderiam se beneficiar do meu leite, e continuei!

Doar leite materno tem sido uma experiência muito gratificante para mim. Houve um tempo em que eu nem tinha certeza se poderia ter um bebê, muito menos amamentar um bebê. Isso porque eu sofri de um distúrbio alimentar, anorexia, quando era jovem.

Por muitos anos, passei meus dias em centros de tratamento ou hospitais. Durante anos, não conseguia nem mesmo comer, e agora, 15 anos depois, estou nutrindo meu corpo o suficiente para alimentar meu próprio bebê e muitos outros! Para mim, amamentar e doar leite materno se tornou um símbolo de amor próprio.

Foto: Hillary Falk

Lembro de uma menina de 13 anos assustada, na sala de um hospital se recusando a comer, e gostaria de poder mostrar a ela tudo o que eu alcancei em 15 anos. Gostaria de poder mostrar a ela quantas incontáveis horas ​​eu passo amando meus filhos, amamentando meus bebês e me divertindo com minha família.

Gostaria de poder mostrar a ela como me sinto bem quando recebo beijos e abraços das minhas meninas. Gostaria de poder mostrar a ela o quão forte eu tive que me tornar e como lidei com a dor insuportável de perder um filho. Gostaria de poder dizer a ela como é bom ajudar os outros e não esperar nada em troca.

Acho que ela ficaria muito orgulhosa e impressionada por eu ter conseguido reconstruir minha vida. Acho que ela se inspiraria na minha determinação.

Foto: Hillary Falk

Doar leite materno também se tornou um símbolo do meu amor e apoio a outras mães e seus bebês. É difícil para as mães. Ser mãe é um trabalho árduo, embora também seja o trabalho mais gratificante, mas trabalhoso mesmo assim.

Era o mínimo que eu podia fazer com o excedente do nosso leite materno. Eu queria tornar alguma coisa mais fácil para outra mãe. É apenas algo a menos com que ela precisa se preocupar. Também fiz uma doação para uma mãe que adotou seu bebê. Ela não estava amamentando, mas queria que seu bebê tomasse leite materno! Todas essas mães têm sido tão amáveis e gratas.

Algumas viajam 2 horas só de ida para pegar o leite. Olivia e eu ajudamos mães e bebês. Fizemos a diferença. A doação de leite materno é importante, faz diferença. Essa jornada é uma que eu não quero esquecer, e espero que inspire outras mães a se lembrarem disso: faça o que puder para ajudar outra mãe, estamos todas juntas nisso, apenas tentando criar filhos neste mundo louco.

Foto: Hillary Falk

Eu também adoraria dizer que não tenho absolutamente nada contra a fórmula! Independentemente de como você escolheu alimentar seu bebê, você está indo muito bem! Alimente esse bebê, mamãe! Continue com o ótimo trabalho!

Foto: Hillary Falk

Esta história foi traduzida da publicação original compartilhada pelo site Love What Matters e escrita por Hillary Falk, de Illinois (EUA).


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