Liberdade de expressão, conflitos, respeito e limitações de convivência

Liberdade de expressão, conflitos, respeito e limitações de convivência | Foto: Íris Machado

Uma das coisas que mais temos que ter cuidado nos dias de hoje, são situações do cotidiano que esbarram com a liberdade que temos ao nos expressar sobre qualquer assunto. Segundo agências de notícias e estudos feitos pelo IBGE dos últimos dois anos, quase 70% da população brasileira possui acesso à internet. Isso sugere que a maioria dos brasileiros, de todas as camadas socioeconômicas têm ferramentas para tornarem públicas suas opiniões, pensamentos e crenças sobre qualquer tipo de assunto na sociedade em que vive.

A liberdade de expressão também é prevista em lei pela Constituição Federal, porém também é motivo de várias discussões jurídicas por causa de tudo que envolve o conceito de liberdade. Apesar das discussões jurídicas, será que nós como cidadãos, não deveríamos também levantar reflexões acerca desta problemática?

Quando se debate sobre a liberdade de expressão, está incluso “no pacote” do debate, a possibilidade de haver sempre um confronto de ideias, ao manifestarmos uma crença ou pensamento. Seja em âmbito jurídico ou mesmo em ambientes de socialização, bares, baladas, igrejas, centros de convivência, órgãos públicos ou mesmo em casa, o modo como as pessoas lidam com a liberdade de expressão envolve tanto a questão do embate de ideias, quanto o respeito que é imprescindível para qualquer tipo de convivência.

O artigo 5º da Constituição Federal, deixa claro que […] IV – é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato; […] IX – é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença […] (BRASIL, 1988, p. 4-5). A linha que divide a liberdade de cada um, da invasão de espaço do outro, é delicada e nos últimos anos ela tem sido ainda mais frágil por conta das altas exposições de opiniões nas mídias e redes sociais.

Possivelmente muitos de nós já ouvimos aquela frase “a minha liberdade termina, quando a do outro começa”. Esta frase representa exatamente o que pode ser a prática do respeito no nosso dia a dia. A palavra “respeito” segundo o dicionário, é como você considera ou demonstra consideração por alguém ou por algo.

O que nos leva a respeitar ou não o outro? Ou melhor, o que nos leva a pensar que temos algum “direito” de desrespeitar o outro? As pessoas não tem o “direito” de desrespeitar ninguém “garantido por lei” e muitas vezes isso pode ser confundido com a liberdade de expressão.

Seja por meio de uma conversa no dia a dia ou por mídias e redes sociais, seja no trato com o outro, respeitar as limitações do outro, é algo completamente legal, nos dois sentidos da palavra. Sempre precisaremos conviver uns com os outros. Que tenhamos um convívio mais pacífico possível, dentro dos limites de cada um.

Assim deveriam ser feitas também, as discussões acerca de política, seja na escola, na faculdade, no jantar de natal ou numa fila qualquer. A dica para uma conversa saudável é sempre se manter bem informado e perceber o quanto o outro está aberto para receber a troca destas informações e quando perceber que você chegou no seu limite ou no limite do outro, sempre optar por manter o bom e velho respeito. E viva a liberdade de expressão, mesmo com suas inegáveis limitações.