SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – O bilionário Mark Zuckerberg, CEO da Meta -empresa dona do Facebook, Instagram e WhatsApp-, foi revelado como o comprador de uma casa de US$ 23 milhões em Washington D.C., capital dos EUA.
A compra da casa foi confirmada pela revista norte-americana Politico. A publicação entrou em contato com um porta-voz da Meta, que atestou a aquisição. “Mark e Priscilla [esposa do CEO da Meta] compraram uma casa em D.C., o que permitirá que Mark passe mais tempo lá enquanto a Meta continua o trabalho em questões políticas relacionadas à liderança tecnológica americana”, disse o porta-voz.
A propriedade, localizada em um dos bairros mais valorizados da cidade, foi vendida de forma discreta e toda em dinheiro vivo. Com mais de 1.000 metros quadrados, a mansão conta com diversos cômodos luxuosos, jardim privativo e segurança reforçada.
A venda da casa foi supersecreta -e ainda é. Segundo a Politico, os agentes imobiliários tiveram que assinar acordos de confidencialidade. Ao pesquisar no Google Maps e nas plataformas de venda de imóveis, é possível ver que as fotos da residência foram apagadas ou pixeladas.
A aquisição ocorre em meio a uma movimentação maior do setor de tecnologia na capital americana. Executivos de grandes empresas, como Google e Amazon, vêm buscando uma presença mais ativa em Washington, tanto para influenciar decisões regulatórias quanto para proteger os interesses de suas companhias em um cenário político cada vez mais polarizado.
Ao comprar a casa, Zuckerberg teria como objetivo justamente ficar mais próximo de Donald Trump. A residência fica no bairro de Woodland Normanstone, a uma distância de 4 km e 12 minutos de carro até a Casa Branca, sede do governo federal dos Estados Unidos.
Entre os corretores de Washington, é consenso que Zuckerberg quer contato direto com Trump. Tom Daley, especialista em imóveis na capital americana, disse à Politico que acha que o presidente deixou claro que gosta de contato pessoal e que o CEO da Meta entendeu a mensagem. “É a reverência definitiva ao homem na Casa Branca. É uma maneira fácil de dizer: ‘Ei, estamos com você. Estamos aqui'”, explica.
“Esses CEOs têm fortunas tão vastas que comprar uma casa em D.C., mesmo que estejam pagando a mais, mesmo que não seja um ótimo investimento pelo preço que estão pagando, realmente não importa. Os benefícios que eles podem colher dos relacionamentos com o governo podem compensar qualquer perda de um mau negócio imobiliário”, disse Jennifer Knoll, corretora no mercado imobiliário há duas décadas.
A mudança reflete a crescente atenção da Meta às pautas regulatórias e políticas relacionadas à tecnologia e inteligência artificial. A virada acontece especialmente em um cenário de reconfiguração no eixo de poder em Washington, após o retorno de Donald Trump à presidência.
Além disso, a escolha por Washington pode indicar um reposicionamento estratégico de Zuckerberg. Por anos, ele se manteve afastado do centro político dos EUA, mesmo sendo figura frequente em audiências no Congresso. Agora, com um endereço fixo a poucos minutos da Casa Branca, o bilionário parece disposto a estreitar os laços com o alto escalão do governo norte-americano.