Fotos: Projeto Refauna/Divulgação 

Consideradas extintas nessa região do País, espécies de projeto de conservação são avistadas em áreas de mata fluminense

Recentemente, antas do projeto Refauna foram avistadas em áreas de mata do estado do Rio de Janeiro. O feito, fruto de um trabalho de conservação integrada, é comemorado já que a espécie (Tapirus terrestris) é considerada extinta no Estado há mais de um século. Esse trabalho de reintrodução de antas na Mata Atlântica conta com a parceria do Parque Zoológico Municipal “Quinzinho de Barros”, que enviou, em 2019 e 2023, três antas ao projeto.

Realizado pelo Instituto Federalista do Rio de Janeiro (IFRJ), Universidade Federalista do Rio de Janeiro (UFRJ) e Universidade Federalista Rústico do Rio de Janeiro (UFRRJ), o projeto Refauna é feito na Suplente Ecológica de Guapiaçu e no Parque Estadual dos Três Picos, com base da IUCN/SOS, Instauração Segrè, do Instituto de Ação Socioambiental e do Projeto Guapiaçu, que conta com a parceria da Petrobras.

As antas do Zoológico Municipal de Sorocaba foram escolhidas para a reintrodução na Mata Atlântica, depois passarem por diversos exames. Marcelinho e Bianta foram enviados em 2019. Marcelinho, depois ser solto, infelizmente faleceu, e Bianta reproduziu duas vezes, provavelmente com o mesmo viril. Já Antibes foi enviado pelo “Quinzinho de Barros” em 2023. Ele foi solto em uma extensão onde há presença de duas outras fêmeas, porém ainda não há dados concretos sobre reprodução.

Segundo o coordenador do projeto, o biólogo Maron Galliez, hoje o Refauna conta com 21 animais soltos, sendo que oito nasceram em vida livre. O objetivo é atingir 50 indivíduos até 2030. Além do Zoo de Sorocaba, outras instituições contribuem com a iniciativa. São elas: PE Klabin, Quinta Trijunção, Zoo de Rio Preto, CBMM, RioZoo/Bioparque Rio, Zoo de Guarulhos, Zoo de São Carlos e Meio Ilhota Solteira.

Sobre a conservação integrada

Atualmente, uma das principais funções dos zoológicos é a conservação de espécies ameaçadas. Uma das formas dos zoológicos atuarem na conservação é reproduzindo espécies ameaçadas e criando protocolos de manejo. A atuação em conjunto dos zoológicos com projetos de conservação no envolvente proveniente dos animais é denominada conservação integrada.

A conservação integrada une os componentes in situ (envolvente proveniente) e ex situ (ambientes fora do lugar de origem), sendo a forma mais completa de mourejar com os desafios da conservação de espécies. Temas uma vez que reintrodução de espécies ameaçadas são extremamente complexos e tendem a obter maiores taxas de sucesso quando possuem essa visão integrada. Diversas pesquisas são utilizadas para embasar esses projetos, sendo que muitas delas são realizadas dentro de zoológicos e instituições similares.

Zoo de Sorocaba e as antas

Considerado um dos mais completos zoos da América Latina, o “Quinzinho de Barros” desempenha importante trabalho de conservação, bem-estar bicho, ensino ambiental, pesquisa e lazer, que são as cinco funções de um zoológico moderno.

Possui 33 espécies de animais da fauna brasileira que estão ameaçadas de extinção, sendo 19 de mamíferos, 13 de aves e um réptil.

A anta (Tapirus terrestris) é uma das espécies de mamíferos ameaçadas de extinção e mantidas pelo zoo. Ela está contemplada tanto na lista global quanto na lista vernáculo de espécies ameaçadas na categoria “vulnerável” à extinção. E o “Quinzinho de Barros” tem reproduzido a espécie com muito sucesso. Atualmente, são três indivíduos no Zoo, sendo dois machos e uma fêmea.

Existem quatro espécies de antas no mundo e a nossa espécie é conhecida uma vez que anta brasileira. É o maior mamífero terrestre das Américas, que pode chegar a dois metros de comprimento, um metro de profundidade e tarar até 250 quilos. No Brasil, pode ser encontrada na Amazônia, Pantanal, Mata Atlântica e, em menor quantidade, no Compacto.

A anta possui papel importantíssimo na natureza. Esse grande vegetariano come frutos, brotos, flores e folhas e é capaz de dissipar muitas sementes e, assim, vegetal florestas, contribuindo para a regeneração da natureza. Por essa particularidade, é conhecida uma vez que “jardineira da floresta”.

Suas principais ameaças são a perda de habitat e a caça. Esses animais possuem uma longa gravidez, murado de 13 meses, nascendo geralmente exclusivamente um filhote. Essa particularidade é preocupante, pois quando as ameaças levam ao declínio populacional, a reposição proveniente de indivíduos é demorada.

O Parque Zoológico Municipal está localizado na Rua Theodoro Kaisel, 883, na Vila Hortência, e é descerrado de terça a domingo, das 9h às 17h, sendo que a bilheteria funciona até as 16h.