Voluntária da Cruz Vermelha consola imigrante após resgate: “Ele merecia muito mais do que um abraço”

Luna Reyes é uma jovem de 20 anos que atua como voluntária da Cruz Vermelha na Espanha, país que tem vivido uma grave crise migratória com o Marrocos, nação do magrebe africano.

Alguns dias atrás, Luna foi convocada pela Cruz Vermelha para prestar socorro a milhares de imigrantes que cruzaram parte do mar mediterrâneo para chegar à Espanha em busca de melhores condições de vida.

Entre um socorro e outro, ela foi fotografada confortando um imigrante africano exausto, que nadou a braço por quilômetros até o enclave espanhol.

A imagem correu o mundo, e virou símbolo também no Brasil: afinal de contas, no dia 22 de maio, comemoramos o Dia Nacional do Abraço.

Fonte: Bernat Armangué

Luna está cursando o terceiro ano da carreira de ‘Integração Social’ em Ceuta, uma cidade autônoma espanhola localizada no Estreito de Gilbratar, uma pequena passagem d’água que separa Europa e África e conecta o Mar Mediterrâneo ao Oceano Atlântico.

O trabalho voluntário da jovem é reconhecido como estágio universitário. Assim, enquanto ajuda incontáveis pessoas desamparadas, Luna aprende, na prática, o exercício da assistência social e o que é ser uma guardiã dos necessitados.

Fonte: Reprodução / YouTube – El País / Cruz Vermelha

“Minha filha foi lá para fazer uma prática de integração social. Você está ajudando como voluntário. Ela não imaginava que um dia após o outro iam ligar para ela às 12 da noite, às 9 da manhã, às 7 da tarde, para ir ajudar as pessoas que estão chegando ao mar, nadando, da costa de Marrocos”, disse Luis, pai da estudante, em entrevista ao portal Telemadrid.

A imagem capturada pelo fotógrafo Bernat Armangué viralizou mundialmente. De acordo com ele, o jovem abraçado da foto é senegalês e fala francês.

Fonte: Reprodução / YouTube – El País / Cruz Vermelha

“De um lado você tinha uma trabalhadora humanitária que conforta os soldados espanhóis que tentam ajudar as pessoas e um pouco adiante as forças de segurança da Imigração, que pegam outros migrantes africanos para mandá-los de volta ao seu país de origem. Foi um momento cheio de contradições”, resumiu Bernat.

Fonte: Reprodução / YouTube – El País / Cruz Vermelha

Não se sabe o nome, a origem ou o que motivou exatamente a travessia do rapaz. De todo jeito, Luna lamentou não ter conseguido impedir que ele fosse deportado de volta para o Marrocos.

Fonte: Reprodução / YouTube – El País / Cruz Vermelha

“Ele estava chorando, eu estendi minha mão e ele me abraçou”, explicou Luna à rede RTVE. “Ele grudou em mim como uma lapa. Esse abraço foi sua tábua de salvação. Ele falou comigo em francês e numerou com os dedos da mão. Não entendi nada, mas estou convencida de que ele estava listando os amigos que perdeu ao longo do caminho”, lamentou.

“Ele chorava, babava o tempo todo, antes de me abraçar estava em transe. Ele queria se matar. Eu sei que ele era do Senegal e seu olhar perdido está gravado em mim. Seus olhos estavam muito vermelhos”, relembrou a voluntária.

Fonte: Reprodução / YouTube – El País / Cruz Vermelha

Luna espera que o jovem senegalês consiga, de alguma maneira, aquilo pelo qual buscou nadando por horas e vários quilômetros até chegar em solo espanhol: uma oportunidade de viver dignamente. “Esse rapaz merecia muito mais do que um abraço“.

Assista ao vídeo que mostra o momento do abraço:

Fonte: Dodo Finance

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