SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – “Ainda Estou Cá”, de Walter Salles, se tornou, nesta quinta-feira, o primeiro longa brasiliano na disputa pelo Oscar de melhor filme, além de figurar nas categorias de melhor atriz, para Fernanda Torres, e melhor filme internacional.

 

O longa se tornou a quinta produção vernáculo a disputar nesta última categoria, marcando um retorno do país à premiação 26 anos em seguida “Médio do Brasil”, também dirigido por Salles.

O longa estrelado por Fernanda Torres -no papel de Eunice Paiva, viúva do ex-deputado Rubens Paiva, sumido durante o regime militar- vai enfrentar favoritos porquê o galicismo “Emilia Pérez” na categoria. O longa de Jacques Audiard já venceu o Orbe de Ouro de filme em língua não inglesa, na mesma ocasião em que Fernanda Torres levou o prêmio de melhor atriz dramática.

Também estão nessa corrida. Aquém, conheça os filmes que concorrem com “Ainda Estou Cá” na categoria.
*
EMILIA PÉREZ (FRANÇA)

Estreia nos cinemas em 6 de fevereiro

“Emilia Pérez” acompanha Rita, personagem de Zoë Saldaña, uma advogada que recebe a proposta de ajudar o líder de um monopólio mexicano, Manitas, papel de Karla Sofía Gascón, a largar sua vida porquê director do delito e concluir um idoso sonho: se tornar uma mulher.

Premiado no Festival de Cannes com o prêmio do Júri, em 2024, onde estreou, “Emilia Pérez” também conquistou quatro estatuetas na última premiação do Orbe de Ouro, entre as quais as de melhor filme de língua não inglesa e melhor filme músico ou de comédia e se tornou o filme mais premiado da cerimônia.
Com isso, o filme é o principal rival de “Ainda Estou Cá” na premiação da Ateneu de Artes e Ciências Cinematográficas.

TUDO QUE IMAGINAMOS COMO LUZ (ÍNDIA)

Em edital nos cinemas

No filme, Prabha, uma enfermeira que vive em Mumbai, procura um lugar na cidade onde Anu, sua colega de quarto, e seu namorado possam enfim permanecer juntos a sós. As duas mulheres viajam para uma cidade costeira que se torna um espaço de liberdade para seus desejos.

O filme dirigido por Payal Kapadia venceu o grande prêmio do Júri no Festival de Cannes de 2024 e também é um dos principais concorrentes na categoria.

A GAROTA DA AGULHA (DINAMARCA)

Estreia em 24 de janeiro na Mubi

O longa de Magnus von Horn acompanha, em Copenhague, em seguida a Primeira Guerra Mundial, uma jovem pejada e recém-desempregada é acolhida por uma mulher carismática para ajudar a comandar uma sucursal de adoção clandestina. As duas formam um vínculo inesperado, até que uma invenção repentina muda tudo.

A SEMENTE DO FRUTO SAGRADO (ALEMANHA)

Em edital nos cinemas

“A Semente do Fruto Sagrado” acompanha Iman, sua companheira Najmeh e as filhas Rezvan, de 21 anos, e a jovem Sana. Uma típica família de Teerã e que, inevitavelmente, será transtornada pela política de Estado.

Promovido a juiz de instrução logo quando a juventude vai às ruas reclamar pela liberdade, Iman terá de assinar, mesmo a contragosto, centenas de ordens de prisão e sentenças de morte. Enquanto isso, suas filhas, sobretudo Sana e a amiga Sadaf, anseiam por ares mais progressistas.

“A Semente do Fruto Sagrado” foi um dos destaques do Festival de Cannes do ano pretérito, vencendo o prêmio peculiar de roteiro no evento, mas sobretudo pela perseguição de seu diretor, o iraniano Mohammad Rasoulof.

Filmado de forma clandestina quando o regime dos aiatolás condenou Rasoulof à prisão, a obra estava nos braços do diretor quando ele saiu do país de mala e cuia a pé, ganhando refúgio na Alemanha. Dali, produtoras europeias viabilizaram a sua matrícula em Cannes.

Rasoulof já tinha sido censurado, recluso e penitenciado com chibatadas pelas autoridades do país por “Não Há Mal Qualquer”, que discutia a pena de morte.

FLOW (LETÔNIA)

Estreia nos cinemas em 20 de fevereiro

A animação acompanha a história de um gato solitário, que vê seu lar destruído por uma grande inundação e acaba encontrando refúgio em um paquete habitado por outras espécies. Apesar das diferenças, eles precisam aprender a se unir para superar as adversidades.

A obra do diretor letão Gints Zilbalodis venceu o Orbe de Ouro de melhor longa entusiasmado e também disputa a categoria no Oscar.

Leia Também: Fernanda Torres é indicada ao Oscar de melhor atriz por papel em ‘Ainda Estou Aqui’

Leia Também: Filme ‘Ainda Estou Aqui’ faz história com três indicações ao Oscar 2025