RAFAEL BALAGO
WASHINGTON, EUA (FOLHAPRESS) – Com o início da invasão russa, muitos ucranianos que vivem nos EUA buscam formas de tentar ajudar seu país natal. Uma delas é ajudar a divulgar campanhas de doações, inclusive para custear os gastos do Exército ucraniano, que luta para conter a invasão.
Um centro cultural baseado em Washington, a Ukraine House, por exemplo, tem divulgado no Facebook os dados para fazer transferências de dinheiro que iriam para contas do Exército ucraniano no Banco Nacional do país.
“Conseguimos mais doações nas últimas 24 horas do que nos últimos anos”, disse Maryna Baydyuk, 45, uma das organizadoras de um protesto em frente à Casa Branca no começo da noite de quinta (24).
“O país inteiro está sob ataque agora, e haverá uma grande necessidade [de suprimentos] para o Exército ucraniano. Para unidades de defesa territorial, remédios, hospitais e, claro, para a população civil, que também será afetada. Há unidades de defesa territorial sendo formadas agora, enquanto falamos. Elas são formadas por civis, reservistas ou veteranos que tiveram algum treinamento, e vão tentar lutar e defender o país. Mesmo se tudo falhar”, detalhou.
Baydyuk contou que tem familiares em Kiev, que estavam buscando um abrigo para se proteger de bombardeios. “Eles iriam tentar deixar a cidade amanhã cedo, dependendo da situação. Não é seguro usar as estradas quando se vê aviões chegando para bombardear. Mas estamos esperando que eles consigam sair da cidade e ir para o oeste, rumo a partes mais seguras da Ucrânia”, comentou.
O protesto em frente à Casa Branca reuniu cerca de 300 pessoas, sob garoa e frio de 1°C. Oradores se revezavam em um megafone com pedidos de ajuda ao presidente Joe Biden e gritos contra o presidente russo, Vladimir Putin. No entanto, o megafone tinha som baixo, e era difícil ouvir os discursos de longe. As falas provavelmente não foram ouvidas no Salão Oval.
Entre as principais demandas do ato, estava o pedido para que a Rússia fosse removida do sistema Swift, que permite transações financeiras internacionais, especialmente envio de dinheiro. A medida não foi adotada por ora, pois países europeus foram contra.
Cartazes ligavam Putin a Hitler e pediam que a invasão fosse contida. Além de bandeiras da Ucrânia, havia também símbolos de países próximos, como Letônia e Geórgia. “Seremos os próximos?”, perguntava a frase em uma cartolina, ao lado de uma bandeira da Lituânia.
“Já muitas vezes a Rússia invadindo países. E o que acontece quando a esses países: eles nunca ficam em melhor situação do que estavam antes”, comenta Anton, 24, que protestava em frente à Casa Branca envolto em uma grande bandeira ucraniana.
Ele, que não quis dar o sobrenome, mora nos EUA há cinco anos, e tinha vindo da Filadélfia, a 220 km, para o protesto. “Vou tentar mostrar meu apoio o máximo que puder, porque cada pequeno gesto conta para nossos soldados que estão na Ucrânia defendendo nosso país.”
Os organizadores planejam seguir com protestos nos EUA. Novos atos foram convocados para esta sexta (25) e domingo (27) em Washington.
Em Nova York, centenas de ucranianos e apoiadores também fizeram um protesto na quinta, na região de Times Square. A cidade reúne a maior comunidade de ucranianos nos EUA, segundo o New York Times, com mais de 150 mil moradores.
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