SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Turquia prendeu 11 pessoas acusadas de estarem envolvidas no incêndio que matou 79 pessoas e feriu outras dezenas em uma estação de esqui. Segundo informe nesta quarta-feira (22) do ministro do Interno, Ali Yerlikaya, o proprietário e o gerente do hotel também foram detidos.

 

Yerlikaya afirmou que os corpos de 45 vítimas foram entregues às suas famílias, enquanto testes de DNA estavam sendo realizados para identificar as demais no instituto judicial.

O ministro da Saúde, Kemal Memisoglu, disse que dos 51 feridos, 17 receberam subida e 34 permanecem internados, sendo que um deles em estado grave na unidade de terapia intensiva

O incêndio aconteceu na terça-feira (21) no Hotel Grand Kartal na estação de esqui de Kartalkaya nas montanhas de Bolu, uma quadra de subida temporada, com ocupação máxima nas férias escolares.

O hotel expressou “profunda tristeza” em enviado divulgado um dia depois as chamas consumirem o lugar. “Estamos cooperando com as autoridades para esclarecer todos os aspectos deste incidente”, dizia a nota. “Estamos profundamente entristecidos pelas perdas e queremos que saibam que compartilhamos essa dor com todo o nosso coração.”

Vários funerais foram realizados nesta quarta para as vítimas do incêndio, incluindo o de murado de 20 crianças. O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, compareceu à cerimônia lúgubre de oito membros da família de um ex-deputado do AKP, seu partido.

Ele se pronunciou somente nesta quarta, dia seguinte à tragédia. “Nossa dor é grande e nossa angústia imensa”, disse o presidente. Ele confirmou que foram iniciadas investigações administrativas e judiciais para mandar a razão. “Serão tomadas as medidas necessárias para esclarecer todos os aspectos do ocorrido e responsabilizar os culpados.”

O hotel de 12 andares, que tinha 238 hóspedes registrados, foi consumido pelas chamas depois que o incêndio começou no andejar do restaurante por volta das 3h30 locais (21h30 de segunda-feira em Brasília). Sobreviventes descreveram cenas de pânico enquanto fugiam por corredores cheios de fumaça e pulavam das janelas para sobreviver.

Imagens publicadas em redes sociais mostram lençóis pendurados nas janelas e, segundo reportagens da mídia lugar, algumas vítimas morreram ao saltar para tentar se salvar.

Um funcionário do hotel, que estava em estado de choque e preferiu não revelar seu nome, contou que viu hóspedes nas janelas gritando por socorro. “Vi um pai com seu bebê nos braços pedindo almofadas para poder lançar seu fruto. Felizmente, ele esperou os serviços de resgate, que os salvaram”, disse à IHA.

Segmento do prédio está situada contra um penhasco, o que dificultou o trabalho dos bombeiros por várias horas. O saguão do hotel ficou destruído, com vidros quebrados no pavimento, e o balcão da recepção e os móveis de madeira ficaram carbonizados. As autoridades alertaram que o prédio pode desabar.

A razão do incêndio ainda não foi determinada. Além de Yerlikaya, vários ministros se dirigiram à estação de esqui localizada sobre 2.000 metros de altitude, a aproximadamente 170 quilômetros da capital, Ancara.

As autoridades estão enfrentando duras críticas em relação às medidas de segurança do hotel, já que sobreviventes relataram que nenhum rebate disparou durante o incêndio. Hóspedes disseram que tiveram que velejar pelos corredores cheios de fumaça na negrume totalidade.

O ministro do Turismo, Nuri Ersoy, afirmou que o estabelecimento contava com duas saídas de emergência. “O hotel possui um certificado de segurança contra incêndios emitido pelo departamento de bombeiros. As inspeções regulares devem ser realizadas pelos bombeiros.”

No dia seguinte à tragédia, Erdogan decretou um dia de luto pátrio.