O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou neste domingo (27) acreditar que a Ucrânia está disposta a abrir mão da Crimeia para pôr fim ao conflito com a Rússia, enquanto as negociações entram em uma “semana crucial”.

 

Embora Kiev tenha, até agora, rejeitado a possibilidade de ceder a península — anexada ilegalmente pela Rússia em 2014 —, Trump sugeriu que o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, pode mudar de posição.

“Acho que sim. A Crimeia foi há 12 anos”, disse Trump a jornalistas durante uma visita a Nova Jérsia, ao ser questionado se Zelensky estaria disposto a desistir do território para alcançar a paz.

Poucas horas antes, o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, declarou que um possível acordo de paz está “mais próximo do que em qualquer outro momento nos últimos três anos, embora ainda não tenha sido alcançado”. Rubio afirmou, em entrevista à NBC, que há “motivos para otimismo e também para preocupação”, destacando que “se fosse fácil acabar com esta guerra, já teria sido feito”.

Trump e Zelensky se encontraram no sábado (26), antes do funeral do Papa Francisco na Praça de São Pedro, no Vaticano. De acordo com a Casa Branca, a reunião privada foi considerada “muito produtiva”.

Após o encontro, Zelensky descreveu a conversa como positiva e agradeceu o apoio de Trump às iniciativas para encerrar a guerra. “Esperamos resultados em tudo o que foi discutido: cessar-fogo total e incondicional. Uma paz segura e duradoura, que evite novos conflitos. Uma reunião simbólica que poderá se tornar histórica”, afirmou o presidente ucraniano.

Horas depois, Trump usou sua rede social, Truth Social, para ameaçar Vladimir Putin com novas sanções. “Putin não tinha razão para disparar mísseis contra áreas civis. Isso me faz pensar que talvez ele não queira parar a guerra. E precisa ser tratado de outra forma, com sanções bancárias ou sanções secundárias. Muita gente está morrendo!”, escreveu.

Enquanto isso, no sábado, o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas da Rússia, Valery Gerasimov, assegurou a Putin que os militares russos recuperaram o controle total da região de Kursk, na fronteira com a Ucrânia — alegação rejeitada por Kiev.

O exército ucraniano classificou como falsas as declarações russas e garantiu que as operações militares continuam na região. No domingo, Zelensky reforçou: “Nossas forças seguem com operações defensivas e ativas nas áreas designadas das regiões de Kursk e Belgorod”.

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