SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Um tribunal na Rússia determinou neste sábado (15) a prisão de sete pessoas acusadas de planejar o assassinato de dois jornalistas proeminentes do país. Segundo a agência estatal russa Tass, o grupo agia em conluio com forças da Ucrânia e motivado pelo “ódio nacional”.
O grupo é formado por dois homens e cinco menores de idade, nascidos em 2005 e em 2006. Eles ficarão detidos pelo menos até 14 de setembro, mas o prazo poderá ser estendido pelas autoridades. Nesta sexta (14), a Tass havia divulgado a captura de suspeitos que estavam próximos aos locais de trabalho das jornalistas Margarita Simonian e Ksenia Sobchak.
Simonian é chefe da rede de TV estatal russa RT (Russia Today) e defensora ferrenha da Guerra da Ucrânia, em curso há mais de 500 dias. No Telegram, ela agradeceu os agentes do FSB (Serviço Federal de Segurança da Rússia) que participaram da operação. “[Vamos] continuar trabalhando, irmãos.” Já Sobchak é uma conhecida jornalista e apresentadora de TV que concorreu na eleição presidencial em 2018.
De acordo com a agência russa Interfax, o grupo admitiu preparar ataques contra as jornalistas com a promessa que teriam sido feitas por autoridades ucranianas de recompensas no valor de 1,5 milhão de rublos (R$ 79,6 mil) por cada assassinato.
Agentes do FSB disseram ter apreendido na operação um rifle de assalto Kalashnikov, 90 cartuchos de munições, facas, soqueiras, cassetetes de borracha, algemas, livros que fazem apologia ao nazismo, além de computadores com informações que teriam confirmado a intenção criminosa do grupo.
“O Comitê Investigativo planeja instaurar processos criminais contra os suspeitos detidos por acusações de extremismo e terrorismo”, disse o FSB em comunicado. “O Serviço Federal de Segurança, juntamente com o Comitê de Investigação e o Ministério do Interior da Rússia, frustrou os assassinatos […] tramados pelos serviços especiais ucranianos.”
A Ucrânia não se manifestou sobre as prisões, mas autoridades já negaram o envolvimento das forças do país em assassinatos de influenciadores pró-guerra na Rússia.
Em maio, a explosão de um carro feriu o escritor nacionalista Zakhar Prilepin, defensor da ofensiva no vizinho. Antes, em abril, uma explosão em um café de São Petersburgo matou o blogueiro russo pró-Putin Vladlen Tatarski. No ano passado, Daria Dugina foi morta em uma explosão de carro em Moscou. Ela era filha do controverso filósofo Aleksandr Dugin, um dos principais arquitetos da expansão territorial da Rússia. O governo russo atribuiu responsabilidade à Ucrânia nos três casos.
Leia Também: Empresária filha de amigo de Putin é achada morta dentro de casa na Rússia