(FOLHAPRESS) – As operadoras de planos de saúde e as administradoras de benefícios registraram um lucro líquido de R$ 8,7 bilhões no Brasil até o terceiro trimestre de 2024, o que representa o melhor resultado do ramo desde a pandemia de Covid-19.
Os dados são observados em um ano marcado pelo aumento do número de reclamações de consumidores do setor. As companhias que lideram os ganhos são claro de processo administrativo ingénuo pelo governo para estudar cancelamentos unilaterais de contrato e práticas abusivas.
Os resultados das companhias, apresentados nesta terça-feira (10) pela ANS (Dependência Vernáculo de Saúde Suplementar), mostram que o lucro até setembro é 180% superior ao observado no mesmo período do ano anterior. Ou por outra, é o maior desde 2020 (quando o resultado alcançou R$ 15,9 bilhões).
Entre empresas, o melhor desempenho foi da Sul América Companhia de Seguro Saúde -que obteve um resultado líquido de R$ 1,3 bilhão no amontoado do ano. Em seguida, ficaram Bradesco Saúde (R$ 895 milhões), Notre Dame Intermédica Saúde (R$ 606 milhões), Amil Assistência Médica Internacional (R$ 535 milhões) e Hapvida Assistência Médica (R$ 473 milhões).
As cinco estão na lista de companhias notificadas pela Senacon (Secretaria Vernáculo do Consumidor), vinculada ao Ministério da Justiça, depois processo administrativo ingénuo no mês pretérito contra 14 operadoras de planos de saúde por cancelamentos unilaterais de contratos e outras práticas.
O processo foi ingénuo depois 6.175 reclamações sobre cancelamentos unilaterais observadas de janeiro a abril deste ano, um aumento de 43% contra o mesmo período de um ano antes. De concordância com o governo, a rescisão costuma ser comunicada sem tempo hábil para o paciente buscar alternativas e com risco à perpetuidade de tratamentos a quadros uma vez que de cancro, autismo e outros que exigem atenção de longo prazo.
De concordância com o órgão, a partir das reclamações foi feito um estudo detalhado de monitoramento de mercado que identificou irregularidades nas rescisões contratuais.
O órgão apontou que operadoras têm explorado brechas contratuais ou interpretado normas de maneira desfavorável aos consumidores para justificar os cancelamentos. O levantamento também mostrou que os rompimentos unilaterais são feitos sem justificativa adequada ou desrespeitam o princípio de perpetuidade do atendimento.
No balanço das empresas, a principal explicação para o desempenho operacional das empresas, de concordância a ANS, é o índice de sinistralidade. O indicador chegou ao terceiro trimestre em 85,3%, 3,3 pontos percentuais inferior do escolhido no mesmo período do ano anterior.
Isso significa que em torno de 85,3% das receitas com mensalidades são usadas com as despesas assistenciais. “Esta é a menor sinistralidade registrada para o período desde 2020 -um ano atípico, de baixa sinistralidade em razão da pandemia”, afirma a ANS, em nota.
Procurada, a Hapvida Notredame Intermédica (uma vez que é chamada atualmente a empresa que representa duas companhias da lista do governo) afirma “que não realiza cancelamentos unilaterais de contratos, salvo nos casos previstos pela legislação vigente, assegurando a transparência e os direitos de seus beneficiários”. A empresa também disse que “já encaminhou resposta à Senacon e permanece à disposição dos órgãos competentes.” As demais empresas foram procuradas, mas não comentaram.
A Abramge (Associação Brasileira de Planos de Saúde) afirma que “tem compromisso em contribuir de forma construtiva para o debate no setor”. A entidade disso que vai estudar os dados apresentados nesta terça pela ANS e, somente depois avaliação técnica aprofundada, se pronunciará.
A FenaSaúde (Federação Vernáculo de Saúde Suplementar), representante de operadoras de planos, avalia que os resultados do setor refletem um esforço de gestão feito pelas empresas em procura de mais racionalidade nos custos e qualidade nos serviços ofertados.
“A saúde suplementar foi intensamente desafiada no pós-pandemia, principalmente por condições e coberturas muito mais abrangentes determinadas por mudanças legislativas e regulatórias nos últimos anos. O sistema agora começa a dar indícios de estar novamente tendendo a um estabilidade”, disse a diretora-executiva da FenaSaúde, Vera Valente, em nota.
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