BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O ministro da Quinta, Fernando Haddad, disse nesta terça-feira (11) que a decisão dos Estados Unidos de impor tarifas de 25% sobre as importações de aço e alumínio não é específica contra o Brasil. “Não é decisão contra o Brasil, é genérica, para todo mundo. Estamos observando as reações”, disse.
Para Haddad, o mundo perde com a decisão de Trump. “Medidas unilaterais desse tipo são contraproducentes para melhoria da economia global. A economia global perde com essa desglobalização”, avaliou.
Mais cedo, o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, afirmou que o Brasil não vai entrar em nenhuma guerra mercantil depois o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Padilha também acrescentou que a questão ainda não foi discutida dentro do governo federalista, por isso não há posição sobre medidas a serem adotadas.
“[O governo] não fez nenhuma discussão em relação a isso. O que o presidente Lula tem dito sempre, com muita transparência, outros países também: guerra mercantil não faz muito para ninguém. Um dos avanços importantes do mundo nos últimos anos foi exatamente a gente constituir um instrumento de diálogo entre os países, o reforço do livre negócio, o papel da OMC [Organização Mundial do Comércio] em relação a isso”, afirmou o ministro palaciano.
“Logo o Brasil não estimula e não entrará em nenhuma guerra mercantil. Sempre seremos favoráveis a que se fortaleça cada vez mais o livre negócio”, completou.
As declarações foram dadas a jornalistas depois a cerimônia de início do Encontro de Novos Prefeitos e Prefeitas, em Brasília. Também participaram o presidente Lula (PT) e os novos presidentes da Câmara e do Senado, respectivamente Hugo Motta (Republicanos-PB) e Davi Alcolumbre (União Brasil-AP).
De congraçamento com Haddad, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Negócio Exterior está organizando as diversas informações e ações sobre o tema para apresentar ao presidente Lula.
Nesta segunda-feira (10), Donald Trump confirmou a elevação das tarifas sobre as importações de aço e alumínio para 25% e o cancelamento de cotas para grandes fornecedores, porquê o Brasil.
Em seu ato, Trump citou o aumento significativo de compra de aço da China pelo Brasil entre as justificativas para engrandecer as tarifas.
“As importações brasileiras de países com níveis significativos de sobrecapacidade, especificamente a China, cresceram tremendamente nos últimos anos, mais do que triplicando desde a instituição deste congraçamento de cotas”, diz um dos trechos da ordem executiva adotada pelo republicano nesta segunda-feira (10).
O texto traz uma longa justificativa para a adoção da medida que afeta os principais vendedores de aço para os EUA. Os americanos argumentam, em linhas gerais, que países que foram beneficiados por exceções às tarifas impostas pelo próprio republicano em seu primeiro procuração -como é o caso do Brasil, que tem uma cota- aumentaram significativamente suas exportações para os EUA nos últimos anos.