(FOLHAPRESS) – O Google afirma que, em 2024, bloqueou cerca de 700 mil contas de anunciantes fraudulentos -que tentavam aplicar golpes usando, por exemplo, anúncios da internet que envolvem imagens ou áudio falsos produzidos com inteligência artificial para sugerir uma afiliação com uma celebridade ou personificar figuras públicas.
O dado faz parte do anual Relatório de Segurança em Anúncios do Google, publicado nesta quarta-feira (16). Cerca de 415 milhões de anúncios foram bloqueados, o que levou a uma queda de 90% nas denúncias desse tipo de golpe no ano passado.
Os criminosos costumam se passar por órgãos públicos ou celebridades para transmitir credibilidade. A IA consegue simular a voz e o rosto da pessoa a partir de trechos de entrevistas e aparições públicas disponíveis na internet.
Nos vídeos, o falso depoimento costuma promover um produto duvidoso, como dinheiro fácil. O conteúdo é distribuído por meio de anúncios pagos em plataformas como YouTube, sites parceiros e até nos resultados de busca do Google.
No total, a empresa bloqueou 5,1 bilhões de anúncios no ano passado e suspendeu mais de 39 milhões de contas de anunciantes por violação de políticas da empresa, principalmente por abusar da rede de anúncios e por usar indevidamente marcas registradas.
A companhia também restringiu a exibição de outros 9,1 bilhões de anúncios por conter conteúdo sensível ou sujeito a regulamentações -como jogos de azar, álcool, serviços financeiros ou temas relacionados à saúde.
Para sites parceiros do Google, no total, cerca de 1,3 bilhão de páginas tiveram anúncios bloqueados ou limitados, e mais de 220 mil sites sofreram sanções. Os principais motivos são conteúdo sexual, perigoso ou depreciativo e softwares maliciosos.
Empresa afirma que os grandes modelos de linguagem (LLMs, na sigla em inglês) da inteligência artificial agilizam o processo de verificação. Os sistemas passaram a identificar padrões de comportamento suspeitos, como o uso de informações de pagamento falsas, logo na criação da conta.
“Para colocar isso em perspectiva, a vasta maioria das mais de 39,2 milhões de contas que suspendemos no ano passado sequer chegou a veicular um anúncio”, informa o Google.
O relatório também traz, pela primeira vez, um recorte específico sobre o Brasil. De acordo com os dados, foram removidos 201 milhões de anúncios no país e suspensas 1,3 milhão de contas de anunciantes no ano passado.
As principais violações envolvem uso indevido de marcas registradas, deturpação de informações, publicidade ilegal de jogos de azar, abuso da rede de anúncios e requisitos legais.
“Levamos a sério as violações de nossas políticas e combatemos ativamente anúncios maliciosos para tornar a internet mais segura”, diz Priscila Couto, responsável pela área de segurança do Google na América Latina.
ELEIÇÕES FORAM ALVO DE ANÚNCIOS IRREGULARES
Em 2024, metade da população mundial vivia em um país que foi às urnas. Ao longo do ano, 10,7 milhões de anúncios eleitorais de contas não verificadas foram removidos pelo Google.
A empresa atualizou trinta de suas políticas de anúncios no ano passado. Entre elas, exigências de transparência para conteúdos políticos.
“O trabalho do Google para apoiar a integridade eleitoral nunca foi tão importante. Como parte desse esforço, continuamos a expandir nossos requisitos de verificação de identidade e transparência para anunciantes eleitorais para novos países”, afirma.
As medidas incluem indicar claramente quem pagou cada anúncio e publicar um relatório de transparência de todas as propagandas ligadas a política, para que seja possível identificar o teor eleitoral do anunciante.
“Fomos a primeira empresa a lançar requisitos de divulgação para conteúdo gerado por IA em anúncios eleitorais. Também continuamos a aplicar nossas políticas contra alegações eleitorais comprovadamente falsas em todo o mundo.”, diz o Google.
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