SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Faixa de Gaza está imersa em uma crise humanitária desde o início da escalada de violência entre Israel e o grupo que controla o enclave, Hamas, na última semana. Faltam comida, água potável e remédios, há risco de disseminação de Covid-19 e outras doenças e mais de 52 mil palestinos tiveram que deixar suas casas, informaram a ONU (Organização das Nações Unidas) e a OMS (Organização Mundial da Saúde) nesta terça-feira (18).
O dia começou mais calmo na região, sem notícias sobre ataques ou mortos, mas no início da tarde (meio da manhã no Brasil) o confronto foi retomado, com bombardeios aéreos sobre Gaza e lançamento de foguetes sobre cidades israelenses.
Em Israel, dois trabalhadores tailandeses morreram, informou a polícia do país, subindo para 12 o número de mortos deste lado desde o começo da última semana.
“Um lugar onde vivem trabalhadores estrangeiros foi alcançado diretamente por um foguete”, afirmou a polícia em um comunicado. “Há dois mortos, um ferido grave, outro moderado e três leves”, completou.
Não foram divulgadas informações sobre mortes do lado palestino nesta terça. Ao longo dos últimos nove dias, bombardeios aéreos do Exército israelense mataram mais de 200 pessoas em Gaza e destruíram ou danificaram seriamente 450 prédios. Cerca de 47 mil pessoas buscaram abrigo em 58 escolas da ONU em Gaza, disse Jens Laerke, porta-voz do Escritório de Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA, na sigla em inglês).
Laerke celebrou a abertura nesta terça-feira (18), por Israel, de um corredor humanitário na fronteira por onde poderiam ser enviados bens de primeira necessidade, mas essa passagem foi fechada logo depois porque os palestinos lançaram morteiros no local, segundo autoridades israelenses.
“Os projéteis foram lançados em direção à passagem de Kerem Shalom quando entravam caminhões de ajuda civil doada por organizações humanitárias internacionais”, afirmou o Cogat, organismo israelense responsável pelas operações civis nos territórios palestinos.
Segundo Larke, da ONU, 132 prédios foram destruídos e 316 ficaram seriamente danificados em Gaza, incluindo seis hospitais e nove centros de saúde primária, assim como uma planta de dessalinização, deixando cerca de 250 mil pessoas sem acesso a água potável.
A organização de direitos humanos Anistia Internacional afirmou que os bombardeios israelenses sobre prédios residenciais podem configurar crimes de guerra. Israel diz que atinge apenas alvos militares legítimos e que faz tudo o que pode para evitar baixas civis.
Há também falta de suprimentos médicos e um risco de disseminação de Covid-19 e de doenças ligadas à falta de água de água por causa das aglomerações de deslocados em escolas, disse Margaret Harris, porta-voz da OMS.
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