Escolas municipais realizam atividades sobre a Consciência Negra

Exposição na E.M. “Prof. Milton Santos”, no Wanel Ville.

Na semana da Consciência Negra, escolas municipais de Sorocaba realizaram diversas atividades alusivas ao tema, trazendo reflexões e envolvendo a participação da comunidade escolar.

A E.M. “Leonor Pinto Thomaz”, que fica na região central da cidade, realizou o projeto: “Pela quebra das correntes: igualdade racial, combate ao racismo e cultura afro-brasileira”. O projeto foi elaborado pela equipe da escola e coordenado pelas professoras Edinéia Faria, Emídio Bahia, Maria Luíza Tonussi, além do docente Lucas Pascoal.

“O resultado do projeto foi um processo formativo de conscientização sobre o racismo e formas de combatê-lo, que envolveu aulas sobre a formação da sociedade brasileira, a consequência do processo de abolição da escravatura, sem um projeto de integração da população negra, até a culminância desse processo, com um evento alusivo ao Dia da Consciência Negra”, explica a diretora da unidade, Daniele Regina de Oliveira Tersigni.

A atividade contou com a exibição de dois filmes curtas-metragens e um longa, que ilustraram como o racismo pode afetar os sonhos das crianças e dos jovens negros, além de debate que buscou desmistificar o olhar colonial do continente africano como um vazio cultural e a realização de oficinas de produção de cartazes para a intervenção social, com informações sobre as personalidades negras históricas e de produção de bonecas Abayomi. Também foi feita montagem de painel, usando a técnica estêncil, com frases mostrando a força e a cultura da população negra brasileira e mundial.

No Wanel Ville, a E.M. “Prof. Milton Santos” realizou a 1ª Exposição “Consciência Negra”, cujo foco foi evidenciar a Educação para as Relações Étnico-Raciais, elaborada na perspectiva de combate ao racismo e discriminações. A iniciativa contou com a participação da comunidade escolar, envolvendo os pais e responsáveis das crianças.

Entre os temas, foi tratado sobre a Década Internacional de Afrodescendentes (2015 a 2024), em Assembleia Geral, proclamada pela ONU, que aborda a necessidade de reforçar a cooperação regional, nacional e internacional em relação ao pleno aproveitamento dos direitos econômicos, sociais, culturais, civis e políticos de pessoas afrodescendentes, bem como sua participação plena e igualitária em todos os aspectos da sociedade.

A E.M. “Quinzinho de Barros”, na Vila Hortência, executou atividades alusivas ao Dia da Consciência Negra, previstas no calendário escolar. “As ações foram realizadas no sentido de explorar junto às crianças as questões Étnico-Raciais, assim como propiciar a reflexão para as contribuições da cultura africana em nosso cotidiano, como forma de conhecer e valorizar o patrimônio cultural, material e imaterial de culturas diversas, em especial a brasileira”, salienta a orientadora pedagógica, Priscila Borges.

Foram abordadas, também, as temáticas de matrizes africanas de diferentes épocas, favorecendo a construção de vocabulário e repertório relativos às diferentes linguagens artísticas, assim como o experimento de brincadeiras, jogos, danças e canções de diferentes matrizes estéticas e culturais.

“São habilidades previstas no currículo em consonância com o planejamento pedagógico”, conta Priscila. Como parte integrante da sequência didática, as turmas dos 5ºs anos puderam apreciar uma roda de capoeira com a Associação Desportiva e Cultural Capoeira de Angola Bem Brasil. A atividade foi conduzida pelo mestre Jaime Pinheiro e as crianças aprenderam, de forma significativa e contextualizada, sobre a importância da capoeira.

Na Zona Norte, a E.M. “Prof. Ana Cecilia Falcato Prado Fontes” também abordou sobre o tema, em um projeto com a coordenação das professoras Alessandra Oliveira, Bruna Cunha, Elaine Batista e Gabriela Brandino. Lá, as crianças realizaram releituras do artista sorocabano Carlos José, o “Casé”.

De acordo com a professora Alessandra, o trabalho realizado com as crianças teve como objetivo despertar o gosto pela pintura e pelas artes, além da conscientização da educação antirracista, o combate ao preconceito e o respeito entre as pessoas, a partir de releitura das obras.

Casé visitou a escola e viu de perto suas obras reproduzidas pelos alunos. Ao longo do encontro, o artista homenageado interagiu com os pequenos e pôde contar muito de suas experiências e trajetória profissional. Os estudantes entregaram cartinhas, como forma de agradecimento pela visita do ilustre convidado.

“Além de conhecer a biografia do pintor, os alunos aprofundaram conhecimentos das cores, trabalharam coordenação motora fina e raciocínio lógico-matemático, com muita imaginação e criatividade”, destaca a professora Alessandra.

A ação também contou com uma palestra da jovem empreendedora e estudante Jéssica Carolina Ribeiro de Assis Camargo, que falou aos alunos sobre a importância da representatividade negra.

Educação – Agência de Notícias