SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O dólar apresenta queda nesta terça-feira (11), um dia depois do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, oficializar a imposição de tarifas sobre as importações de aço e alumínio que chegam ao país.

 

Na cena doméstica, os investidores avaliam dados de inflação medidos pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Grande).

Às 14h, a moeda norte-americana caía 0,37%, cotada a R$ 5,762. Já a Bolsa avançava 0,73%, aos 126.497 pontos.

Trump confirmou a prenúncio de domingo (9) e ordenou um aumento sucoso nas tarifas sobre as importações de aço e alumínio. Ele também cancelou isenções e cotas para grandes fornecedores porquê Brasil, Canadá, México e outros países, em uma medida que pode aumentar o risco de uma guerra mercantil em várias frentes.

Ele assinou medidas que elevam a tarifa sobre as importações dos produtos para 25%. A sobretaxa sobre o alumínio é maior que os 10% anteriores que ele impôs em 2018 para ajudar o setor nos Estados Unidos.

Produtos semiacabados de aço estão entre os principais produtos exportados pelo Brasil aos EUA. São materiais intermediários da siderurgia, que precisam ser processados para se tornarem produtos finais. Eles são utilizados porquê matéria-prima para a fabricação de itens porquê chapas, perfis, tubos e outros produtos.

O Brasil é o segundo maior fornecedor dos Estados Unidos na categoria. Segundo dados do governo americano, o país só perde para o Canadá em volume.

Uma poder da Moradia Branca confirmou que a política entrará em vigor em 4 de março. Trump também tem repetido que anunciará reciprocidade tarifária nesta semana. A medida -uma das promessas do republicano durante a campanha eleitoral- visa igualar as tarifas de importação dos Estados Unidos às cobradas pelos parceiros comerciais sobre produtos norte-americanos.

Trump não identificou quais países seriam afetados, mas sugeriu que seria um esforço vasto que também poderia ajudar a resolver os problemas orçamentários dos EUA.

Entre os investidores, o clima é de cautela. Isso porque o aumento sucoso nas tarifas tem o potencial de encarecer o dispêndio de vida dos norte-americanos, o que pode comprometer a recontro do Fed (Federalista Reserve, o banco mediano dos EUA) contra a inflação e forçar a manutenção da taxa de juros em patamares elevados.

Quanto maiores os juros por lá, mais atrativos ficam os rendimentos dos títulos do Tesouro dos EUA, os chamados treasuries, o que fortalece o dólar globalmente.

“O saldo dessa medida deve ser uma pressão inflacionária no limitado prazo nos Estados Unidos, visto que o aço e o alumínio são bastante utilizados em várias cadeias de produtos industriais, e de prejuízo na capacidade de propagação econômico dos demais países exportadores”, avalia Leonel Mattos, comentador de Perceptibilidade de Mercado da StoneX.

“Esse envolvente é de mais aversão ao risco, o que favorece o dólar, a moeda porto seguro em momentos de estresse, e deve levar o Fed a atuar de maneira um pouco mais firme na política monetária.”

O dólar, no entanto, não apresenta ganhos firmes nesta sessão, tanto em relação a moedas fortes quanto emergentes. Segundo analistas, secção do efeito do proclamação de Trump já foi precificado na sexta, quando ele sinalizou pela primeira vez sobre a possibilidade de impor as tarifas recíprocas.

“Isso não gerou a aversão ao risco esperada ontem, porque secção do processo já havia ocorrido na sexta-feira”, disse Matheus Spiess, comentador da Empiricus Research.

Analistas também apontam para a mudança de percepção dos mercados quanto às ameaças tarifárias, que agora são vistas muito mais porquê uma tática de negociação do que uma medida de médio ou longo prazo.

Em oração nesta terça, Jerome Powell, presidente do Fed, não quis comentar sobre as políticas tarifárias do governo Trump, mas reconheceu que há questões na frente mercantil.

“Não é função do Fed fazer ou comentar sobre a política tarifária”, mas sim levar em conta as novas políticas e reagir de tratado, disse.

Ele também reiterou que a economia dos EUA está poderoso e progredindo em direção às metas da poder monetária, com uma taxa de desemprego de 4% considerada próxima ao nível de pleno ocupação e a inflação ainda mais de 0,5 ponto percentual supra da meta de 2% do Fed.

“Não precisamos ter pressa para ajustar nossa postura de política monetária. Sabemos que reduzir a restrição da política monetária muito rápido ou de forma muito intensa pode prejudicar o progresso na inflação”, disse Powell, reiterando a linguagem usada depois que o Fed, na reunião de janeiro, manteve a taxa de juros em 4,25% e 4,5% e indicou que novos cortes dependerão da queda da inflação e da manutenção da saúde do mercado de trabalho.

Já na ponta brasileira, a inflação desacelerou em janeiro, apontam dados do IBGE (Instituto Brasílio de Geografia e Estatística). O IPCA subiu 0,16% em relação a dezembro, levemente inferior da mediana da expectativa de economistas consultados pela Bloomberg, de 0,17%.

Esta é a menor marca para um mês de janeiro desde o início do Projecto Real, em 1994. Em dezembro, o índice teve subida de 0,52%, o que representa uma desaceleração de 0,36 ponto percentual do IPCA.

Nos últimos 12 meses, a inflação acumulada é de 4,56%, ainda supra do teto da meta do Banco Mediano, de 4,5%, mas inferior da expectativa de 4,58%.

O oferecido, na estudo de Paloma Lopes, economista da Valor Investimentos, não trouxe nenhuma surpresa para o mercado -mas ainda é um cenário “preocupante” considerando a margem de atuação do BC (Banco Mediano) com a taxa Selic, cuja principal função é controlar a inflação.

“Quando olhamos para as políticas internas, o aumento da taxa de juros segura a inflação, mas o remédio está muito mais poderoso do que poderia ser se tivéssemos um lado fiscal mais evidente no porvir. Se continuarmos colocando o peso da economia brasileira em cima da política monetária, isso vai fragilizar o mercado financeiro, já que a renda fixa sempre será mais atrativa. Alinhar o fiscal é uma questão de estabilidade de mercado.”

Por outro lado, o IPCA reforça a trajetória de subida da Selic para levar a inflação de volta ao núcleo da meta.

“Isso melhora o diferencial de juros em relação às outras economias e facilita a atração de investimentos estrangeiros, o que valoriza o real”, diz Leonel Mattos, da StoneX.