A partir da mão de obra de detentas do sistema prisional gaúcho, o Departamento Penitenciário Nacional (Depen) começou um projeto pioneiro de produção de bioabsorventes.
A iniciativa já é referência nacional e seu projeto-piloto pode ser expandido para presídios de outros estados.
De acordo com o portal ‘Nossa Serra’, os absorventes ecológicos são confeccionados com tecido tecnológico desenvolvido pela Herself, marca fundada em 2017 por estudantes de Engenharia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
O mais legal é que eles são reutilizáveis e, com a lavagem correta, duram até 3 anos!
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Desde o início do ano, o Presídio Feminino de Torres (RS) já está realizando a confecção de protetores menstruais sustentáveis com máquinas. No final de julho, as detentas do Presídio Feminino de Lajeado (RS) também iniciaram a produção.
Ao todo, 28 apenadas foram recrutadas na oficina de costura do presídio.
Para Ana Lívia Fontes, chefe da Divisão de Atenção a Mulheres e Grupos Específicos do Depen, o objetivo da vinda do projeto é simplesmente fomentar políticas públicas direcionadas para essas mulheres.
“Mulheres e grupos específicos já se encontram em situação de vulnerabilidade antes de entrar no cárcere e, durante o cárcere, essa vulnerabilidade é intensificada. Por isso o Depen tem interesse em ampliar para outros Estados ações relevantes como essa”, afirmou.
Trata-se de uma iniciativa pioneira no Rio Grande do Sul.
“A iniciativa surgiu aqui e é muito importante para o Rio Grande do Sul ser escolhido como um Estado que vai servir de exemplo para um programa nacional”, enfatizou a psicóloga Débora Ferreira, do Departamento de Politicas Penais da Secretaria de Justiça e Sistemas Penal e Socioeducativo (SJSPS).
Daqui alguns meses, uma cooperativa social de mulheres deve ser criada dentro do sistema prisional para que os bioabsorventes, além de uso próprio, possam ser vendidos.
“Esse projeto abrange a educação menstrual e também a geração de trabalho e renda, com foco no empreendedorismo, visando profissionalizar as apenadas nessa área, deixando-as aptas a produzir para todo o sistema prisional e para outras entidades que queiram fazer parceria”, afirmou Elisandra Minozzo, chefe da Divisão de Trabalho Prisional do DTP.
“Sabemos que muitas mulheres são chefes de família e por isso, além do aprendizado desse ofício, a autonomia financeira também é importante. Há planos para que, além dos bioabsorventes, as apenadas produzam calcinhas, biquínis e maiôs bioabsorventes”, antecipou Débora.
Todas as detentas participaram de um curso de capacitação sobre a confecção dos produtos, além de terem aulas sobre educação menstrual e responsabilidade socioambiental.
Além de gerar menos lixo ambiental a longo prazo, os bioabsorventes contribuem para absorver a menstruação de forma segura, higiênica e confortável.
“A pobreza menstrual afeta pessoas em situação de vulnerabilidade econômica e social. O que buscamos é promover a dignidade menstrual por meio do acesso à informação e ao produto em si. Com a prática e educação no tema, acreditamos que as mulheres podem ter mais autonomia”, detalhou Raissa.
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Fonte: Serra Nossa
Fotos: Alefer Dias/Divulgação SJSPS
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