THAÍSA OLIVEIRA E RENATO MACHADO
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – Um dos políticos mais influentes do Congresso, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), 47, voltou à presidência do Senado neste sábado (1º) para um novo procuração de dois anos, em um círculo de alianças que vai do PT ao PL.
Mesmo fora do função há quatro anos, o amapaense manteve possante influência no Senado por meio de seu sucessor e afilhado político, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Teve voz relevante na indicação de dois ministros no governo Lula (PT) e manteve o controle sobre a distribuição de emendas parlamentares para seus colegas.
Alcolumbre foi presidente do Senado de 2019 a 2021, durante o governo Jair Bolsonaro (PL). Ao termo daquele ciclo, tentou uma manobra para disputar um segundo procuração seguido, em circunstâncias vedadas pela Constituição, e acabou impedido pelo STF (Supremo Tribunal Federalista).
Sob o comando de Alcolumbre à idade, o Congresso expandiu seu poder sobre o Orçamento, estabelecendo uma partilha de recursos para as bases eleitorais de parlamentares, com baixa transparência. O movimento teve o aval do governo Bolsonaro, com quem o senador amapaense manteve qualquer alinhamento.
Alcolumbre explorou uma vez que utensílio de influência as emendas de relator, que eram controladas por um grupo restrito de parlamentares e distribuídas a seus aliados em troca de pedestal político.
Depois que o Supremo proibiu o uso desse mecanismo, em 2022, o senador pelo Amapá ajudou a turbinar as emendas de percentagem -hoje na mira do ministro do STF Flávio Dino- e se tornou um dos principais defensores do protótipo.
Ao definir sua candidatura para um novo procuração uma vez que presidente, o amapaense estabeleceu a missão de voltar ao função com o maior placar da história e desancar o recorde de Mauro Benevides (MDB), em 1991, e José Sarney (MDB), em 2003, ambos com 76 dos 81 votos.
Alcolumbre foi eleito com o pedestal de 9 dos 12 partidos com representação no Senado: PSD, PL, MDB, PT, União Brasil, PP, PSB, Republicanos e PDT.
O pedestal do PL foi negociado pessoalmente por Bolsonaro, em troca da 1ª vice-presidência do Senado, de comissões de peso, e da garantia de que o debate sobre a anistia aos golpistas do 8 de janeiro não será interditado.
Alcolumbre também pediu a bênção do presidente Lula, com a promessa de não atrapalhar a agenda do governo federalista.
Mesmo com chances praticamente nulas de derrotar Alcolumbre, os senadores Eduardo Girão (Novo-CE) e Astronauta Marcos Pontes (PL-SP) mantiveram as candidaturas -no caso deste último, a contragosto do PL.
Em 2019, Alcolumbre chegou à presidência do Senado com uma votação mais modesta, com 42 dos 81 votos, em seguida a repúdio do até logo predilecto, Renan Calheiros (MDB-AL), em uma eleição marcada por confusão, recurso ao STF e anulação da primeira votação por suspeita de fraude.
Na ocasião, Alcolumbre deixou o chamado “insignificante clero” do Congresso para chegar ao função mais basta, em uma costura feita pelo logo ministro da Morada Social de Bolsonaro, Onyx Lorenzoni, diante do desgaste sofrido por Renan com a Operação Lava Jato.
A sua eleição foi marcada por uma polêmica em relação à relato dos votos, que ainda teve a logo senadora Kátia Abreu roubando a pasta de Alcolumbre com o rito da eleição da Mesa.
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