Se talento definitivamente é o que não falta à pianista e concertista brasileira Juliana D’Agostini, podemos dizer o mesmo sobre seu esforço de querer romper a barreira que separa a música clássica de crianças e adolescentes que vivem em comunidades.
Juliana toca piano desde os cinco anos de idade. Aos 17, entrou na Universidade de São Paulo, onde graduou-se em piano. Depois, foi para a Europa e os Estados Unidos fazer cursos de especialização nas melhores escolas do mundo.
Desde então, vem colecionando prêmios internacionais e apresentações em salas de concerto, como o Carnegie Hall. Juliana chegou ao topo, mas existia um vazio que precisava preencher. “Sempre me chateou o fato de não poder exercer minha profissão no Brasil. Fui pra fora muito nova com o coração partido, na certeza de que na hora certa voltaria para construir algo grandioso em meu amado país”, conta.
Maternidade despertou na pianista a vontade de compartilhar música clássica com os pequenos
Esse momento coincidiu com o nascimento de seu filho, André, em 2016. “Passei a estruturar projetos em São Paulo para o público infantil. A maternidade me despertou a vontade de transmitir o legado da música clássica para todas as crianças, que merecem ter acesso a conteúdo de qualidade para poderem fazer escolhas saudáveis em suas vidas”, diz a pianista.
“Sempre sofri com a desigualdade, mães desesperadas para encaminharem seus filhos, crianças com vontade de aprender. Senti que poderia contribuir um pouco para melhorar a vida das pessoas.”
Após o nascimento do filho, Juliana começou a realizar apresentações gratuitas em teatros, escolas e outros espaços que pudessem receber o público infanto-juvenil. Foram tantas as apresentações que Juliana não lembra quantas, exatamente. Mas uma coisa a pianista não esquece: o carinho e a receptividade das crianças, familiares e organizadores locais.
“Começaram com os HITs da música clássica. Logo evoluíram, pois as crianças queriam entender mais sobre o piano. Adicionamos então personagens que deram um resultado muito positivo com a plateia”, lembra.
Então, em 2019, surgiu o Piano Mágico da Ju, uma série que busca aproximar a criançada da música clássica com leveza e bom humor. Disponível no Instagram e YouTube, a partir de abril, entrará na grade diária da TV Cultura.
Sistema de ensino de música para escolas públicas
Conhecendo melhor a realidade das periferias por meio do projeto, a pianista sentiu que poderia dar um passo além: criar um sistema de ensino de música para crianças do ensino fundamental de escolas públicas do Brasil inteiro.
O conteúdo foi formulado pelo Instituto Cultura Juliana D’Agostini e contou com a colaboração de pedagogos, psicólogos e musicoterapeutas para torná-lo uma realidade ainda, este ano.
“Para atendermos um maior número de crianças, precisamos viabilizar nosso sistema de ensino através dos recursos de Secretarias de Cultura/Educação, Prefeituras, Governo, emendas parlamentares e leis de incentivo. Temos equipe própria de gestão desses projetos”, explica Juliana.
As crianças terão acesso a disciplinas como “Flauta Doce”, “Percussão”, “História dos ritmos brasileiros”, “Corpo e Movimento”, “Musicoterapia” e “Música para Surdos”. A ideia é impactar não apenas as crianças, mas também familiares, amigos e a comunidade do entorno, promovendo o desenvolvimento intelectual de todos.
Que demais! Tenho amigos músicos e sempre concordo quando dizem que a música deve ser inserida na educação infantil. Você também acha? Comenta aí!
Conheça Marina Aguiar, que foi milagrosamente curada de um câncer, formou-se em Medicina e fez residência em Hematologia no mesmo hospital onde finalizou seu tratamento. Saiu como paciente, voltou como médica!
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