Cidades do litoral paulista, mormente Guarujá e Praia Grande, têm sido notícia nos últimos dias por conta de casos de doenças diarreicas. A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo orienta a população a tomar alguns cuidados para impedir o progresso da contaminação por essas doenças.
“Diante do aumento das gastroenterites, a principal recomendação é substanciar a limpeza das mãos, principalmente antes de se fomentar e antes de preparar qualquer tipo de manjar, e evitar víveres mal cozidos. Se for fazer consumo de sustento fora da residência, que esteja sisudo às questões de higiene do estabelecimento em questão”, alertou a diretora da Partilha de Doenças de Transmissão Hídrica e Nutrir da Secretaria de Estado da Saúde, Alessandra Lucchesi, em entrevista à Dependência Brasil.
Para consumo de chuva, gelo e sorvete, o alerta é para que sejam de fontes confiáveis e que se utilize chuva tratada. Aliás, em relação ao armazenamento, é recomendado que os víveres sejam devidamente refrigerados, por conta das altas temperaturas observadas neste início de ano.
Para fazer a desinfecção da chuva em lar, a população pode fazer uso do hipoclorito de sódio (chuva sanitária) a 2,5%, caso perceba alguma mudança de cor, sabor ou cheiro na chuva fornecida pelo sistema de provisão público. “A recomendação da proporção é de duas gotas por litro de chuva, esperar 30 minutos para depois fazer o consumo, tanto para a ingestão quanto para cozinhar ou até mesmo para lavar os utensílios”, orientou a diretora. Ela ressalta que o hipoclorito de sódio está disponível gratuitamente em todas as unidades básicas de saúde (UBSs).
No caso dos municípios, a recomendação do governo do estado é que estejam atentos às unidades de pronto-atendimento, que são os serviços normalmente mais procurados neste período, e que verifiquem o aumento dos atendimentos por doença diarreica aguda. São feitas ainda recomendações de coleta e organização de fluxos.
“A partir disso, [a orientação é que] comecem a monitorar os territórios para que a gente possa entender quais são os bairros com a maior incidência de casos. E logo, com todos os procedimentos que já são da rotina, fazer a notificação, a investigação e, quando aplicável, fazer a coleta de amostras de fezes, amostras de chuva ou até mesmo investigar uma verosímil manadeira generalidade de contaminação que quiçá possa ser qualquer manjar”, disse Alessandra Lucchesi.
Outra forma de prevenção de doenças diarreicas, destacou a diretora, é não tomar banho em praias classificadas porquê impróprias. Para consultar a qualidade da chuva do mar, há um monitoramento da situação das águas no site da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb). Das 175 praias frequentadas por banhistas no estado de São Paulo e que são monitoradas pela Cetesb, 38 estão impróprias para banho.
A população pode também escoltar a bandeira de sinalização das praias: se ela estiver vermelha, isso indica que a praia se encontra imprópria para banho. Não é recomendado o banho na chuva 24 horas depois as chuvas, por conta do risco de deslocamento de alguns resíduos para a chuva do mar. “Essas medidas de sobreaviso já auxiliam consideravelmente na interrupção da transmissão dessas doenças diarreicas e gastroenterite de modo universal”, destacou Alessandra Lucchesi.
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