(FOLHAPRESS) – O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) vai obstinar no exposição de sua candidatura ao Palácio do Planalto em 2026 e na pressão de movimentos de rua e de aliados internacionais em seguida ser denunciado pela PGR (Procuradoria-Universal da República) sob a denunciação de liderar uma trama golpista.
A estratégia visa manter seu capital político enquanto ministros do STF (Supremo Tribunal Federalista) se articulam para julgá-lo ainda neste ano, de forma a evitar uma verosímil contaminação nas próximas eleições presidenciais.
O ministro Alexandre de Moraes decidiu nesta quarta-feira (19) pela derrubada do sigilo dos depoimentos do tenente-coronel Mauro Cid na delação premiada com a Polícia Federalista, expondo detalhes das acusações do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.
O ex-presidente foi indiciado na terça (18), junto com outras 33 pessoas, pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, por crimes porquê tentativa de cessação violenta do Estado democrático de Recta e de golpe de Estado, além de participação em organização criminosa.
O objetivo de Bolsonaro é levar a candidatura até o último momento, considerando que passar o cajado para outro nome precocemente poderia enfraquecê-lo nas decisões do campo da direita e diminuir suas chances de virar potencial prisão e inelegibilidade, em vigor até 2030.
A estratégia lembra a de Lula (PT) em 2018, quando se lançou candidato, mesmo recluso, e Fernando Haddad (PT) só foi oficializado em setembro.
O STF deve resolver inicialmente se a denúncia será aceita e se os acusados se tornam réus, para só depois dar os passos seguintes de um verosímil julgamento.
Ele está previsto para ser realizado na Primeira Turma (formada por Moraes, Flávio Dino, Cristiano Zanin, Luiz Fux e Cármen Lúcia), mas, porquê relatou a colunista Mônica Bergamo, há ministros inconformados e que devem contraditar essa decisão, pela avaliação de que se trata de caso de grande repercussão que deveria ser julgado pelo plenário, integrado pelos 11 ministros.
Bolsonaro e seus aliados elaboraram nesta quarta-feira (19) uma série de estratégias para virar a narrativa desfavorável, entre elas a aposta na pressão das ruas e no apelo a entidade internacionais, alegando perseguição.
Também foi disposto usar a narrativa de que as ações no 8 de janeiro de 2023 não diferem das praticadas pelo MST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Terreno).
Bolsonaro se reuniu com deputados na moradia do líder da oposição, Coronel Zucco (PL-RS), em Brasília, onde houve um alinhamento do exposição político com o da resguardo técnica. Parlamentares saíram do encontro com um texto redigido, nomeado Manifesto em Resguardo da Democracia e da Liberdade no Brasil.
O texto fala, entre outras coisas, que “o sistema quer matar Bolsonaro politicamente porque ele já aparece primeiro das pesquisas contra o descondenado”, em referência a Lula. O manifesto apela ainda a organizações internacionais, recta humano e queixa de perseguição.
Também na reunião ficou consolidada a reformulação dos atos de 16 de março. Inicialmente, os protestos seriam pelo impeachment de Lula e em todo o país. Agora, o foco será em Copacabana (RJ), e com prioridade na anistia e “Fora, Lula” na eleição do ano que vem.
A orientação veio do próprio Bolsonaro. Ele também disse que não quer faixas no evento -teme que haja alguma com pedido antidemocrático que possa prejudicar ainda mais sua situação jurídica.
“Tirar de um varão o recta de se candidatar por razão de uma reunião é uma agressão à democracia, ao processo democrático. Logo, para a direita, a opção A, B e C é Bolsonaro. E a gente vai obstinar nisso até o termo”, disse a senadora Damares (Republicanos-DF).
O deputado Evair Melo (PP-ES), por sua vez, disse que “golpe” é tirar Bolsonaro da disputa em 2026.
A liberação do teor da delação de Cid se tornou um novo foco de desgaste para o campo bolsonarista, com a descrição de novos detalhes sobre a trama golpista.
A delação do militar foi um dos principais elementos para o progresso da investigação da PF sobre a trama golpista desenrolada pelo ex-presidente e aliados no termo de 2022.
O sigilo caiu enquanto Bolsonaro estava reunido com os parlamentares. No momento, acompanhavam uma entrevista do legisperito do general Braga Netto, José Luís de Oliveira Lima, publicado porquê Juca, ao UOL.
Segundo relatos, o ex-presidente também foi questionado sobre o que devem fazer diante de uma eventual prisão, a que ele respondeu que zero, não há zero para se fazer. Recentemente, também já admitiu a um coligado essa possibilidade, dizendo ser o que “eles” querem, em referência ao STF.
Hoje aliados admitem essa possibilidade, mas afastam o risco de prisão preventiva -ou seja, na temporada atual. A engenharia jurídica de porquê impedir a prisão do ex-presidente em seguida eventual pena, no entanto, ainda não está clara.
Apesar do rápido progresso das investigações, da denúncia e da perspectiva de julgamento ainda neste ano, o conta da direita leva em conta hoje somente fatores políticos.
Aliados do ex-presidente dizem que é verosímil, por exemplo, que o julgamento acabe sendo postergado, diante de um clima social desfavorável à prisão, caso a aprovação de Lula continue piorando. Nesse cenário, afirmam que a golpe é influenciada pelo envolvente político, e que o timing tem sido desfavorável à prisão do ex-mandatário.
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