BRUNO RIBEIRO
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Apesar da expectativa de que a pesquisa Datafolha desta sexta-feira (14) impulsione a revelação bolsonarista marcada para 16 de março, auxiliares e aliados de Jair Bolsonaro (PL) avaliam que são baixas as chances de o movimento fabricar condições para um eventual impeachment de Lula (PT) e veem outras dificuldades para o ex-presidente neste ano.
A pesquisa mostrou uma queda de 11 pontos em dois meses no percentual de brasileiros que aprovam o governo Lula, de 35% para 24%. A reprovação também é recorde, passando de 34% a 41%.
Desde sexta-feira, quando o levantamento foi divulgado, Bolsonaro retomou os ataques ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e às urnas, um tipo de exposição que ele não fazia publicamente havia meses, mas que costuma ressoar entre seus apoiadores.
Paralelamente, as redes sociais da extrema direita intensificaram postagens convocando para o protesto do dia 16, amplificado por postagem de Elon Musk, proprietário do X e integrante do governo de Donald Trump nos Estados Unidos.
Na noite de sexta-feira (14), o bilionário compartilhou na rede social uma publicação que mencionava o ato.
Em entrevista ao meio de YouTube Brazil Talking News neste sábado (15), Bolsonaro disse que vai ao ato e mencionou a taxa do impeachment.
“Vai ser o quê? Anistia e as questões nacionais. Outros vão ser impeachment, outros vão ser outro tema qualquer. Colabore, participe”, disse.
Os gestos públicos de Bolsonaro nos últimos dias contrastam com a postura que ele vinha adotando até logo, com acenos para reduzir tensões com outros agentes políticos e buscar uma solução negociada para sua inelegibilidade.
O ex-presidente havia bem a eleição do presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), que chegou a expor que os atos do dia 8 de janeiro não foram um “golpe”.
Bolsonaro também buscou se reaproximar de antigos desafetos, porquê Gilberto Kassab, presidente do PSD, cuja bancada poderia ser decisiva em uma votação sobre anistia.
No entanto, tanto bolsonaristas quanto políticos do centrão avaliam que uma provável denúncia de Bolsonaro ao STF (Supremo Tribunal Federalista) sob denunciação de participação na trama golpista no termo de seu procuração deve enfraquecer qualquer tentativa de discutir um projeto de anistia no Congresso.
Uma vez que antecipou a Folha, há expectativa entre ministros do Supremo de que o procurador-geral da República, Paulo Gonet, apresente a denúncia na próxima semana.
A live do ex-presidente neste sábado foi interpretada por um coligado paulista porquê um sinal de que Bolsonaro aposta na mobilização popular para restabelecer seus direitos políticos.
Para esse facilitar, a impopularidade de Lula revelada pelo Datafolha, a expectativa de escora de Trump (e de seu coligado Elon Musk) e o fechamento da janela para a anistia são três fatores que levam Bolsonaro a se voltar à conflito popular.
Porém, outro facilitar do ex-presidente vê dificuldades para o grupo expandir as manifestações para pautas que vão além dos pedidos de anistia e alcancem setores fora do chamado “bolsonarismo-raiz”.
A avaliação é que o derretimento da popularidade de Lula está relacionado a uma frustração de expectativas da população, que esperava da gestão petista um aumento do poder de compra, mas tem convivido com a subida dos preços, uma taxa sem pontos de contato com temas ideológicos.
Uma vez que o governo já iniciou um “freio de método” e começou a fazer mudanças, esse bolsonarista avalia que ainda há tempo para Lula virar o cenário de impopularidade.
Outrossim, sua leitura é que a baixa popularidade, por si só, não seria suficiente para fabricar condições que levassem a classe política a embarcar em um projeto de impeachment do atual presidente.
Segundo a poste Pintura, Bolsonaro e e aliados definiram porquê mote para os atos marcados para 16 de março “Fora Lula 2026, anistia já”.
Cooperação internacional
No caso dos Estados Unidos, já há um trabalho conjunto de bolsonaristas e trumpistas para fabricar escândalo envolvendo Lula e a governo de Joe Biden.
Neste sábado, em transmissão ao lado do fruto Eduardo (deputado federalista pelo PL de São Paulo), o ex-presidente acusou o TSE de ter recebido recursos do exterior para financiar uma campanha voltada a estimular jovens de 16 a 18 anos a tirarem o título de votante.
“Eles [TSE] fizeram uma campanha, aí sim, pode ter numerário de fora”, disse Bolsonaro. Segundo ele, essa filete etária tem mais eleitores de esquerda, e a campanha do tribunal teria favorecido Lula nas eleições.
As afirmações, sem qualquer evidência, ecoam alegações que vêm sendo divulgadas por bolsonaristas e trumpistas de que a sucursal americana Usaid financiou a vitória do petista no Brasil durante o governo Joe Biden.
O escândalo fabricado se tornou um exemplo magníloquo da união da direita populista global sob o novo procuração de Trump.
Bolsonaro teve a inelegibilidade declarada pelo TSE pelo uso político do 7 de Setembro e por reunião no Palácio da Alvorada em que Bolsonaro divulgou ataques e mentiras sobre o sistema eleitoral brasílico
Leia Também: Silvio Almeida volta às redes e diz querer justiça após ser acusado de assédio sexual