Bi-campeão do mundo com a seleção brasileira de futebol de areia, Daniel Souza, 34 anos, é uma prova de que o esporte pode transformar vidas. Cria do Morro do Cantagalo, no Rio de Janeiro, hoje, é uma referência para as crianças da escolinha de futebol que coordena no lugar onde nasceu e cresceu.
Daniel começou a jogar futebol de areia aos 10 anos de idade. Dona Valdete, mãe de Daniel, vendia salgados na praia de Ipanema e queria ter o filho por perto. Foi então que Dona Valdete incentivou Daniel a praticar o esporte enquanto trabalhava.
Muitas vezes, faltava o dinheiro da passagem do ônibus para Daniel ir treinar e até mesmo lanchar. Mas a parceria entre mãe e filho quebrou a barreira da falta de oportunidades. Como Dona Valdete diz: era ela por ele; e ele por ela.
Daniel dá duro em projeto social para sua história não ser mera exceção. Foto: divulgação
“Daniel sempre foi muito o meu parceiro. O tempo todo era assim. ‘Mas, mãe, como a gente vai fazer?’. ‘Daniel, confia, amanhã é outro dia’”, recorda Dona Valdete.
“Já treinei sem me alimentar porque naquele dia não tinha alimento. Mas eu estava lá. Eu fui treinar a pé porque não tinha dinheiro para passagem. Mas eu fui. A gente foi quebrando todas essas barreiras”, diz Daniel.
No topo do mundo por duas vezes
Daniel chegou ao auge da carreira muito rápido. Aos 20 anos, o ex-atacante recebeu a sua primeira convocação para a seleção brasileira de futebol de areia.
“Ele mereceu a convocação. Foi meio um susto. Um jogador recém-chegado ao grupo da seleção brasileira. Mas acho que uma das funções do treinador é nunca cortar as asas de quem tá voando. Quando você detecta um talento, tem que dar a oportunidade. E ele abraçou a oportunidade”, diz Alexandre Soares, técnico daquela seleção.
Em 2007, Daniel disputou sua primeira Copa do Mundo e se sagrou campeão. Até hoje, a ficha parece não ter caído. O menino que jogava bola nas areias da praia de Ipanema entrou para uma seleta galeria de campeões. Em 2009, no mundial de Dubai, a história se repetiu e Daniel foi novamente campeão mundial.
Projeto Rexona Quebrando Barreiras
Tudo isso seria um sonho distante se Daniel não tivesse passado por um projeto social. Palavras dele: “Faz diferença. Eu falo isso porque sou cria de um projeto social e que deu muito certo. Consegui chegar na seleção brasileira”.
E no que depender dele, não será o único! Daniel tem uma escolinha de futebol no Morro do Cantagalo, onde usa o esporte como agente de inclusão e transformação social.
O projeto é apoiado pelo Projeto Rexona Quebrando Barreiras, programa da marca que visa usar o esporte e a atividade física para capacitar pessoas com oportunidades, confiança, trabalho em equipe e resiliência, para quebrarem as barreiras que os afastam de uma vida com mais movimento, impostas por eles próprios ou pela sociedade.
A iniciativa é composta por parcerias com instituições como a love.fútbol, que construiu uma quadra nova para a escolinha de futebol coordenada por Daniel. Apenas no seu primeiro ano, o Projeto Rexona Quebrando Barreiras beneficiou mais de 180 mil pessoas.
Daniel quebrou a barreira da falta de oportunidade. Foto: divulgação
“Eles vieram reformando tudo. Deixaram a quadra bonitona e foi onde iniciamos o projeto. As crianças viram aquele movimento e perguntavam, ‘Daniel, isso é pra quê? Vai ter um torneio aí?’. Eu falei, ‘isso vai ser pra nossa escolinha’, e a molecada com um brilho no olho”, destacou.
“O esporte consegue mudar a vida, o caráter e a filosofia da pessoa. É inexplicável!”, concluiu.
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