SÃO PAULO, SP (FOLAHPRESS) – O trio de atores do sucesso independente de terror “A Bruxa de Blair”, de 1999, criticou o estúdio Lionsgate por excluí-los do recomeço da franquia e solicitou pagamentos retroativos e futuros por sua participação no primeiro filme.
Joshua Leonard, Heather Donahue e Michael C. Williams afirmaram ter sido deixados de fora do sucesso financeiro da produção, em entrevista publicada nesta quarta-feira (12) pela revista Variety.
“A Bruxa de Blair” arrecadou US$ 250 milhões mundialmente, a partir de um orçamento estimado entre US$ 200 mil e US$ 700 mil, tornando-se um dos filmes independentes mais lucrativos de todos os tempos. No entanto, os atores disseram ter recebido apenas cerca de US$ 500 por semana durante as duas semanas de gravações, nas quais improvisaram as cenas e operaram as próprias câmeras -parte do conceito de “filmagens encontradas”, subgênero que finge que as imagens são verdadeiras e capturadas pelos personagens, popularizado pelo filme.
Após um processo devido ao uso de suas imagens na continuação de 2000, o trio recebeu mais US$ 300 mil em um acordo com a Artisan em 2004. Um ano antes, a Artisan havia sido comprada pela Lionsgate.Segundo o New York Times, até então o filme já havia gerado entre US$ 35 milhões e US$ 40 milhões em lucros.
“Eu não preciso que a Lionsgate goste de mim. Eu não me importo que eles saibam que penso que o comportamento deles tem sido repreensível”, disse Leonard à Variety.
“Há valor ou não?”, perguntou Donahue. “Se há valor, nos pague de acordo. E, se não há, então pare de nos usar.”
Assessores da Lionsgate se recusaram a comentar a reportagem.
No filme, o trio aparece com seus nomes reais, em uma versão fictícia de si mesmos como cineastas que gravam em uma floresta sua busca pela lendária “Bruxa de Blair”. Eles afirmam que, por isso, suas imagens ficaram estreitamente ligadas à produção, dificultando a obtenção de trabalhos em outras produções.
Em 20 de abril, pouco depois do anúncio do reinício da franquia com a produtora Blumhouse, os atores publicaram uma carta aberta pedindo que o estúdio os colocasse como consultores da série, fizesse pagamentos pelo envolvimento deles e criasse uma bolsa de US$ 60 mil para novos cineastas.
Um representante do Sindicato dos Atores de Hollywood afirmou que a organização tem conversado com a Lionsgate e que “tem esperança de que os atores consigam algum pagamento, mas que, quando não há contrato sindical cobrindo a produção, atores e sindicato geralmente estão limitados a apelar para um senso de justiça”.