O basquete foi para ele um esporte que abriu portas, o levou para conhecer o mundo, um
jeito de se manter disciplinado e atento, mas nunca um caminho profissional.
Cláudio dos Reis seguiu carreira militar por um tempo e, depois de sete anos, decidiu investir em cursos públicos. As profissões mudaram com o tempo, mas o desejo de fazer mais através do esporte sempre esteve ali.
Ao se tornar agente penitenciário e pai, sua vida foi transformada com bastante intensidade.
O convívio com os detentos e a realidade daqueles muitos filhos que viam os caminhos dos
seus pais o único possível, fez com que ele entendesse que tinha chegado a hora de usar o
esporte como forma de aproximação com aqueles meninos. “Muitas vezes, eu usava o
momento da revista antes da visita para falar sobre o basquete e convidar aqueles garotos”, afirma Cláudio.
O trabalho do Adote 1 Atleta começou aos poucos, os jogos eram na rua, as bolas eram
velhas. Cada dinheiro que sobrava era investido em tabelas e acessórios de jogo. Mas,
apesar de todas as dificuldades, não faltava força de vontade.
“Quando chegamos a Aquidauana, no Mato Grosso do Sul, Cláudio fazia quase o
impossível para garantir o projeto funcionando. Usava a quadra de uma escola abandonada
e, por muitas vezes, ele era o único responsável por mais de 60 crianças em quadra. Era
bonito ver que a dificuldade não o impedia de sonhar, ele colocava em prática o discurso de
que não precisa esperar ter dinheiro ou estrutura para começar. Ele simplesmente doava
tudo que tinha, tudo de si!”, contam Iara e Eduardo, Caçadores de Bons Exemplos.
São 10 anos dedicados ao basquete, que hoje tem um novo significado para a comunidade.
Já não é mais um jogo de elite ou uma atividade física. Hoje, jogar basquete é um caminho
que leva aqueles garotos para um lugar muito longe das celas e prisões onde Cláudio
trabalha.
“Alguns detentos quando cumprem suas penas, vão para a quadra ver seus filhos jogar. Me
olham nos olhos e dizem que não cabe em palavras a gratidão que eles sentem. Nem se
me oferecessem pagar um alto salário para fazer o que eu faço, eu aceitaria. Isso não tem
preço!”, disse o idealizador do projeto.
Hoje, o projeto conquistou um espaço próprio, uma estrutura completa com equipamentos,
vestuário, uniforme e tudo que um grande time precisa ter. Mas, mesmo tendo tudo isso,
não perdeu o mais importante: a certeza de que com amor e força de vontade, as coisas
podem seguir caminhos diferentes e ter um final nada óbvio.
Para conhecer mais e ajudar conecte-se com o projeto Adote 1 Atleta.
Conteúdo produzido pelos Caçadores de Bons Exemplos, projeto parceiro do RPA.
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