MACAPÁ E SALVADOR, None (FOLHAPRESS) – O presidente Lula (PT) voltou a tutelar a realização de estudos para exploração de petróleo na Bacia Foz do Amazonas, afirmou que ninguém tem mais responsabilidade do que ele e disse que não vai fazer “nenhuma loucura” na região.

 

“Quero que o governador saiba, que os senadores saibam que a gente não vai fazer nenhuma loucura ambiental. Mas a gente tem que estudar”, afirmou Lula nesta quinta-feira (13) em Macapá.

O presidente prometeu atuar de forma responsável na região, disse que não quer poluir um milímetro de chuva, mas ponderou não ser justo manter o Amapá caso o estado tenha petróleo para explorar.

“Eu quero preservar. Mas eu não posso deixar uma riqueza que a gente não sabe se tem e quanto é a dois milénio metros de profundidade, enquanto o Suriname e a Goiânia estão ficando ricos à custa do petróleo que tem a 50 quilômetros de nós”, afirmou.

O petista ainda disse que ainda está longe o dia em que a humanidade não vai precisar mais de combustível fóssil e afirmou que ninguém no Brasil tem mais responsabilidade climática do que ele.

Nas últimas semanas, o presidente aumentou a pressão sobre o Ibama (Instituto Brasiliano do Meio Envolvente e dos Recursos Naturais Renováveis) em meio ao processo para licenciar os estudos de exploração de petróleo na Bacia Foz do Amazonas.

Nesta quarta-feira (12), Lula fez críticas abertas ao órgão ambiental, acusando-o de dificultar o licenciamento que procura estudar a viabilidade técnica e econômica da exploração, antes de iniciar a produção de petróleo.

“Se depois a gente vai explorar, é outra discussão. O que não dá é para a gente permanecer nesse lenga-lenga. O Ibama é um órgão do governo, parecendo que é um órgão contra o governo”, disse Lula, em entrevista à rádio Quotidiano FM, de Macapá.

A pressão sobre o Ibama provocou um clima de insatisfação generalizada entre técnicos do órgão e, também, na cúpula do Ministério do Meio Envolvente. A avaliação é que o processo passou a ser cândido de extrema interferência política, em vez de seguir um rito formal.

A superfície energética do governo e a Petrobras argumentam que a Foz do Amazonas é precípuo para substituir o declínio da produção do pré-sal na próxima dez.

Já a ministra Marina Silva (Meio Envolvente) afirma que só a estudo técnica do Ibama pode estabelecer se é sustentável, ou não, realizar o empreendimento.

O presidente Lula participou de uma cerimônia de doação de uma superfície de patrimônio da União, a Leiva Cumaú, ao governo do estado do Amapá. A região será urbanizada e transformada no bairro Parque Aeroportuário, beneficiando muro de duas milénio famílias.

A doação das glebas, informa o governo do Amapá, representa segurança jurídica para pessoas físicas e empreendedores, que poderão acessar linhas de créditos e financiamentos federais.

A solenidade também marcou a entrega do Conjunto Habitacional Nelson dos Anjos, no bairro Buritizal, e a assinatura da ordem de serviço das obras do Instituto Federalista de Tartarugalzinho, que será levantado na região dos Lagos do Amapá.

O presidente estava escoltado do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), pelo senador Randolfe Rodrigues (PT-AP) e pelo governador do Amapá Clécio Luís (Solidariedade).