Quem acredita sempre alcança! Devagar se chega lá! O importante é dar o primeiro passo… Todos esses ditos populares servem para ilustrar a bonita e difícil história de Wladimir Rodrigues, de 57 anos.
Ele está desempregado há 11 meses e caminha até 25 km a pé, todo dia, distribuindo currículos em Natal (RN) para conseguir emprego. Depois de um encontro com uma psicóloga e uma postagem despretensiosa, Wladimir já recebeu cerca de 200 oportunidades.
Sua história começou a mudar quando os destinos dele e de Ranaruza Costa se cruzaram numa dessas longas caminhadas. A psicóloga iniciou uma conversa eventual e soube da história de Wladimir.
Ela se emocionou ao descobrir que ele caminhava de um lado a outro da cidade entregando currículos. Deu a ele os R$ 20 que tinha no bolso e, em seguida, fez uma publicação nas redes sociais com o currículo de Wladimir. Choveram ligações!
Veja só a postagem:
“Ele me disse que nunca tinha pedido dinheiro, mas insisti que aceitasse e ele chorou. Compartilhei em meu Instagram, pensei que só os amigos viriam, mas tomou uma proporção gigante”, contou a psicóloga. “Eu não queria aceitar o dinheiro, o que eu queria era um emprego, mas ela insistiu, eu aceitei e pude voltar para casa de ônibus”, contou seu Wladimir.
Depois da postagem, tudo mudou na vida do homem. Ele recebeu centenas de propostas de emprego, ligações de famosos e até de pessoas de outros países. “Eu não esperava por isso, não esperava essa proporção. Minha vida mudou totalmente. Em cinco minutos eu recebi milhares de ligações“, contou.
Desempregado foi despejado da casa alugada, caminhava a pé e sem se alimentar
O que muita gente não sabe é como foi a caminhada de seu Wladimir até aqui. O auxiliar de serviços gerais e maqueiro estava desempregado há 11 meses e ficou sem ter como pagar o aluguel da casa onde morava. Esta semana ele foi despejado 😩
O homem caminhava a pé entregando os currículos, pois não tinha como pagar a passagem de ônibus e estava sem comer há dias. As trajetórias diárias chegavam a até 25 km, cruzando Natal inteira de uma ponta a outra, de São Gonçalo do Amarante a Parnamirim.
Depois de ser despejado, Wladimir recebeu ajuda e alugou outro lugar para morar. Também recebeu vários convites para ir morar em apartamentos, sítios e até pedidos de casamento. Nos restaurantes ele tem recebido comida de graça e muita gente tem o parado nas ruas para tirar foto.
“Mas eu não quero isso, eu quero um emprego, um trabalho digno que eu possa me sustentar do meu suor, de forma honesta“, falou.
Mesmo com história difícil, Wladimir entregou carteira com R$ 1.400 que achou na rua
Wladimir é carioca e mora no Rio Grande do Norte há 28 anos. Ao partir para Natal, deixou no Rio os pais e três filhos. Sem ter como voltar ao longo dos anos, foi perdendo contato e, hoje, só se comunica com a sua filha mais nova, de 18 anos.
“Só sou eu e Deus”, disse. Ele trabalhou em um hospital até 2016 e passou a fazer bicos na construção civil. Mas com a pandemia, a caminhada dele, que era cheia de pedras, ficou ainda mais difícil. “Pela idade, não tive mais oportunidades”, contou.
Mesmo com todas essas dificuldades, na véspera de Natal do ano passado, o profissional encontrou uma carteira na rua com R$ 1.400. “Não tinha contato de ninguém, só os documentos do dono e eu fui de loja em loja até encontrar o dono da carteira. Eu só quero o que é meu!”, disse.
Ao encontrar o dono da carteira, a surpresa: “Quando a entreguei com todo o dinheiro dentro ele se ajoelhou e começou a chorar, depois explicou porque ele tava chorando. Era o dinheiro do tratamento de câncer da filha dele de 4 anos. Eu não ganhei o dia, ganhei o ano todo“, disse. Nossa, Wladimir, você merece muitas coisas boas!
Apesar das mais de 200 entrevistas de emprego, ele ainda não foi empregado, mas deve ser em breve! “Eu gosto muito de trabalhar, de cuidar de pacientes. Todos nós precisamos cuidar dos outros, a gente tem que fazer aquilo que a gente gosta”, finalizou.
Boa sorte em sua caminhada, Wladimir! 🙏🏼
Assim como Wladimir, seu Alberto, de 61 anos, não teve oportunidades de trabalho e passou a recolher materiais recicláveis para pagar o aluguel de uma casa precária. Fizemos uma vaquinha na VOAA para comprar um novo lar para ele. Clique e ajude!
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