Duas semanas após a tragédia, uma atitude para inspirar e aquecer o coração.
A fotógrafa Ana Martins da Costa, 49 anos, foi uma das sobreviventes da queda de um paredão em Capitólio (MG).
Enquanto se recupera em casa, ela criou uma campanha de financiamento coletivo para ajudar o piloto de lancha Guilherme Rodrigues de Oliveira, 30 anos.
Guilherme conduzia a embarcação com Ana e sua família no momento da tragédia. À medida que melhora seu quadro de saúde, a fotógrafa de Belo Horizonte se esforça para ajudar alguém que conheceu no dia do desastre.
A lancha de Guilherme, sua principal fonte de renda, ficou destruída.
“Eu conheci a dona Ana através do passeio. É difícil você saber que ainda existem pessoas assim nesse mundo. Pessoas que preocupam com o próximo, apesar de sofrer as lesões que eles sofreram, os traumas, com crianças… e eles ainda se preocuparem com isso é de impressionar”, disse o piloto ao portal Bhaz.
De acordo com a fotógrafa, dias após o acidente, ela procurou saber sobre a situação da embarcação de Guilherme. Não demorou muito para descobrir que ele teve perda total, com prejuízo estimado em R$ 450 mil ao barqueiro.
Sensibilizada com a situação, Ana mobilizou todos os familiares e amigos que compartilharam uma casa em Capitólio para ajudá-lo.
“Eu tive a ideia da vaquinha e todo mundo achou a ideia sensacional. Todo mundo está empenhado na divulgação, todo mundo mandando mensagem para os amigos, para a lista de contatos, grupos de Whatsapp… então todo mundo está mobilizado em prol do Guilherme para a gente poder arrecadar alguma coisa. Qualquer coisa que seja para ajudá-lo nesse momento porque ele perdeu um instrumento de trabalho dele”, relatou.
“Ele queria devolver o dinheiro do passeio. Eu falei assim: ‘de jeito nenhum!’”, acrescentou.
Vaquinha virtual
“Quando eu comprei, essas lanchas não eram esse preço. E hoje uma nova é R$ 450 mil e eu ainda pagava parcela dessa lancha”, lamentou o piloto.
“Eu falei para ela que não precisava se preocupar, para eles preocuparem primeiro com a saúde deles, porque a vida deles que estava lá para mim era o que realmente importava. Isso aí são bens materiais, a gente compra outro, a gente corre atrás”, disse Guilherme, que recebeu a negativa da fotógrafa: “Mas ela não aceitou a minha proposta não. Ela disse que quer ajudar mesmo e que está junto nessa comigo até o fim”, completou.
A fotógrafa belo-horizontina não aceitou um ‘não’ como resposta. “Se todo mundo fizer um pouquinho a gente chega no nosso objetivo”, afirmou.
Você pode contribuir com a vaquinha clicando aqui.
Sentimento de gratidão
Para os sobreviventes, estarem vivos é um privilégio. “Estou eternamente grata. Estamos com um misto de sentimento. Pela família que perdeu 10 pessoas, um sentimento de tristeza, e um misto agradecimento a todos que nos ajudaram e gratidão a Deus porque foi um milagre. Ele nos concedeu um milagre”, agradeceu Ana.
“Me sinto feliz. O que para mim realmente tem valor e que Deus abençoou são as vidas que estavam lá na lancha. Isso para mim tem valor”, completou Guilherme.
Fonte: Yahoo!
Fotos: Ana Martins / Arquivo Pessoal
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