Já faz quase duas décadas que o jogador de golfe Jordan Thomas perdeu as duas pernas após um trágico acidente. No entanto, sua paixão em ajudar crianças a superar dificuldades semelhantes continua mais forte do que nunca.
No dia 16 de agosto de 2005, Jordan, então com 16 anos, pulou nas turbulentas águas do arquipélago de Florida Keys durante um passeio de barco com seus pais, que estavam pescando, quando ondas enormes surgiram subitamente e empurraram o jovem para trás do barco.
Imaginando que Jordan estava a uma distância segura, sua mãe tomou a decisão de uma fração de segundo de ligar os motores e mover o barco – mas ela calculou mal.
“A hélice me puxou”, disse o golfista, hoje com 32 anos, em entrevista ao portal People. O inimaginável aconteceu: as pernas de Jordan foram literalmente cortadas.
“Eu soube o que tinha acontecido imediatamente”, lembrou ele. “Enquanto o barco se afastava de mim, olhei para baixo e minhas pernas haviam sumido. E vi sangue por toda parte.”
Se seus pais não fossem médicos, Jordan afirma que não teria sobrevivido.
No hospital de Miami, onde passou duas semanas em observação (e mais uma semana em reabilitação), ele tomou conhecimento de outras crianças que tiveram suas pernas amputadas e não tinham condições de pagar por próteses.
“À medida que aprendi mais sobre a rotina de viver com a perda de um membro, vi várias crianças que não tinham acesso a próteses (eu tive). Vi várias crianças que não tinham acesso a cuidados de saúde adequados”, disse o jogador de golfe. “Eu reconheci o quão afortunado e sortudo eu era por ter os membros protéticos e também por ter amigos e familiares ao meu redor”.
A força de mudança que fez Jordan abraçar a causa voluntária não foi uma criança que sofreu com a perda de um membro, mas um menino de 8 anos na ala pediátrica que sofreu queimaduras de terceiro grau em 80% de seu corpo enquanto brincava com fósforos no orfanato.
“Ele lia o jornal e me dizia a previsão em Chattanooga, onde eu morava, e percebi que ele estava em total contraste com a minha situação”, disse Thomas. “Ele foi deixado sozinho para navegar pelo mundo e, para mim, isso simplesmente não era aceitável. E quando eu estava voltando para o meu quarto naquele primeiro dia para vê-lo, foi quando houve a discussão sobre como poderia ajudá-lo”.
E não se tratava apenas de “preencher um cheque”: o jovem queria ser proativo e pesquisou sobre o assunto. Logo descobriu que qualquer prótese que fosse além das pernas básicas para permitir que as crianças andassem eram proibitivamente caras. Além disso, as crianças crescem a cada 12 a 18 meses, exigindo peças novas, mas os seguros raramente cobriam as atualizações necessárias.
As peças novas são essenciais para permitir às crianças correr, pular, nadar e andar de bicicleta. Enquanto isso, Jordan teve a oportunidade de ganhar uma prótese avaliada em US$ 24 mil (R$ 130 mil, em valores atualizados), adquirida pelos pais, para continuar fazendo aquilo que amava – jogar golfe.
“Não consigo imaginar ser pai e dizer a seu filho que você não pode pagar por isso”, disse o norte-americano. “Cada criança merece acesso igual às necessidades da infância”.
Ainda no hospital, ele fundou a Fundação Jordan Thomas para fornecer próteses para crianças menores de 18 anos.
Agora, 16 anos depois de iniciar sua fundação, Thomas está trabalhando por justiça e mudança nos seguros de saúde, fazendo lobby no Congresso. Ele levantou milhões com sua fundação, que atualmente fornece membros artificiais a 81 crianças – incluindo três dos seis filhos da norte-americana Alysia Smith.
Sua filha Bella, de 11 anos, nasceu sem ambas as pernas e parte de sua mão esquerda. Isso não a impediu de nadar, tocar piano, correr e andar a cavalo, tudo com a ajuda das próteses especiais fornecidas pela Fundação Jordan Thomas.
“Posso correr muito rápido com minhas pernas”, disse Bella, que mora em Satellite Beach, Flórida. “Parece que estou pulando em um trampolim.”
Refletindo sobre sua jornada, Jordan diz que sua recuperação física foi difícil, mas sua recuperação mental, em especial, o levou a alguns lugares muito sombrios.
“Não sou um super-humano ou essa grande figura heroica. Sou um ser humano que recebeu algumas cartas e estou jogando essas cartas da melhor maneira que posso”, disse. “Nem sempre houve sorrisos e leveza. Houve momentos em que eu estava com raiva e triste, e quando estava furioso e confuso.”
“Tem sido uma luta e uma batalha”, acrescenta. “Hoje, tenho mais momentos de absoluta felicidade, alegria e satisfação do que nunca. Cada dia é um amadurecimento”.
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Fonte: Golf.com
Fotos: Jordan Thomas / Arquivo pessoal
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