No início deste mês a paranaense Raiza Maringa, de Maringá, no norte do estado, estava passando por um semáforo quando avistou um rapaz pedindo emprego na rua.
“A vida te sinaliza… Lá estava ele. No semáforo, pedindo emprego. Não pedindo ajuda. Emprego!”, escreveu Raiza em um post compartilhado no Instagram.
Na placa, constava a mensagem “Eu preciso de um emprego”, mas a jovem conta que só conseguia ler “Eu preciso de um sinal“.
“Um sinal de que posso ter esperança, posso melhorar de vida, posso recomeçar, posso criar novos vínculos, ter uma vida menos difícil. A gente não quer simplesmente um emprego. Queremos um trabalho que nos dignifique como pessoa, que nos oportunize viver melhor”, contou. Pedro queria isso também.
Raiza salvou o número de telefone do rapaz e entrou em contato com ele horas depois. “Eu liguei pra ele. Tinha uma vaga que talvez se encaixasse. Ele respondeu afoito ‘eu tô no sinaleiro, mas eu consigo ir pra um lugar com internet em 10min’”, relembrou a jovem.
Dez minutos depois, Pedro ligou e eles conversaram por chamada de vídeo. “Eu ouvi cada passo da sua trajetória de boca aberta. Porque nunca que eu iria ter a coragem que ele teve de enfrentar tudo com alegria no rosto”.
Assim como Raiza, o rapaz contou que vinha de Rondônia, a cerca de 2.500 km de Maringá. Ela ficou surpresa com tamanha coincidência. “E ali já ficou bem mais fácil a entrevista. Estávamos falando de igual pra igual. Do sofrimento daquela terra e também das belezas naturais”.
Pedro contou que foi dado pelos pais biológicos com 4 anos de idade para uma professora de Porto Velho que o criou. Depois de um tempo o pediram de volta. Algum tempo mais passou a viver por conta própria. Foi palhaço Timbó. Foi roçador. Foi garçom. Serviços Gerais…. E nesse vai e vem, trocou Rondônia por São Paulo – depois foi pra Sarandi (PR) e enfim, para Maringá.
“E nos emocionamos. E marquei uma entrevista pessoalmente. No dia só confirmei as impressões de que ele era a pessoa merecedora da oportunidade que tinha vago”, contou Raiza.
Eis que, no final das contas, Pedro conquistou a vaga de trabalho.
“A vida judia da gente e com um pouco de dúvida sobre o trabalho pesado convidei pra dar uma volta na Fábrica. Era uma estratégia pra ver se os olhos não iam arregalar, se não ia pular fora, se tinha disposição física e queria mesmo enfrentar mais um desafio”.
Logo, ela viu que isso não era motivo de preocupação. “E no caminho me contou sobre quanto desaforo passou no sinal e quantas pessoas boas Deus também tinha enviado. Respondi, ‘hoje o senhor não vai mais voltar pro sinal! O senhor vai providenciar os documentos pra começar a trabalhar conosco’”, completou Raiza.
Para ela, a decisão foi uma das escolhas mais acertadas desse ano: Seu Pedrinho é disposto, feliz e simples de lidar. Que atitude linda! Por mais Marianas no mundo ❤️
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Fotos: Reprodução / Instagram: @psiraizamariana
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