A morte de José “Pepe” Mujica, aos 89 anos, mobilizou multidões no Uruguai. Ícone da esquerda latino-americana e conhecido mundialmente por seu estilo de vida austero e discurso solidário, Mujica foi velado com honras e emoção. Mais de 40 mil pessoas participaram do cortejo fúnebre e do primeiro dia de velório, realizado na quarta-feira (14), em Montevidéu.
O cortejo partiu da sede da Presidência uruguaia, onde o atual presidente Luis Lacalle Pou cobriu o caixão com a bandeira nacional. O trajeto passou por locais emblemáticos da trajetória de Mujica, acompanhado por um cordão humano com cerca de 300 pessoas, segundo as autoridades.
Nesta quinta-feira (16), o velório seguiu com a presença de chefes de Estado, como os presidentes do Brasil e do Chile. O corpo será cremado, e as cinzas depositadas na casa onde Mujica vivia com a esposa, Lucía Topolansky, em Rincón del Cerro, nos arredores da capital. Ele será sepultado ao lado da cadela Manuela, companheira fiel que se tornou símbolo de sua vida simples.
Nascido em Montevidéu, em 1935, Mujica começou sua trajetória política no conservador Partido Nacional, mas logo se uniu ao Movimento de Libertação Nacional-Tupamaros, grupo guerrilheiro de esquerda nos anos 1960. Preso durante a ditadura militar, passou mais de uma década atrás das grades. Após o retorno da democracia, foi eleito senador e, mais tarde, presidente do Uruguai (2010–2015), tornando-se um exemplo mundial de liderança com foco em empatia, igualdade e simplicidade.
Seu legado ultrapassa as fronteiras do Uruguai, país com apenas 3,4 milhões de habitantes, e segue como referência para movimentos sociais e políticos em toda a América Latina.
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