SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Os sindicatos que representam os professores da rede municipal de São Paulo decidiram manter a greve contra a proposta de reajuste do prefeito Ricardo Nunes (MDB). Nesta terça-feira (22), a Aprofem (Sindicato dos Professores e Funcionários Municipais de São Paulo) aprovou a continuidade da greve por tempo indeterminado.
Também foi aprovada uma nova manifestação em frente à Câmara Municipal, na região central da capital paulista, para quarta-feira (23).
No último dia 16, Sinpeem, Sedin e Sinesp, outros sindicatos dos professores da rede municipal, já haviam aprovado a continuidade da greve. Eles são contrários à proposta de Nunes, que prevê reajuste salarial para o funcionalismo de 2,6% para ser aplicado em maio deste ano. O texto prevê um segundo reajuste, de 2,55%, a partir de maio de 2026.
Os servidores classificaram a proposta como humilhante. Eles reivindicam 12,9% de reajuste linear para todo o funcionalismo municipal. Pedem também a elevação do piso de todos os profissionais da educação (não apenas dos professores), com a incorporação dos valores à carreira, e o fim da contribuição previdenciária de 14%.
Desde o início de abril, quando os sindicatos fizeram as primeiras paralisações, Nunes passou a ameaçar punir os servidores que parassem, sobretudo os professores.
“A gente não vai permitir que essas pessoas utilizem de ações políticas partidárias para conturbar o processo pedagógico. Estamos monitorando para fazer a punição daqueles que utilizarem desse tipo de recurso contra a educação, contra as crianças”, disse o prefeito na ocasião.
A Prefeitura de São Paulo ingressou na Justiça para a instalação de dissídio coletivo para considerar a greve abusiva. Em decisão liminar, o desembargador Artur César Bereta da Silveira atendeu parcialmente o pedido da gestão Nunes e determinou que os sindicatos devem garantir ao menos 70% dos profissionais das escolas em atividade durante a paralisação.
O descumprimento da medida está sob pena de multa diária de R$ 10 mil para cada um dos sindicatos.
Por ser uma decisão liminar, temporária, ainda cabe recurso. Os sindicatos disseram que não vão ser intimidados e defendem o direito constitucional de greve.