RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – A Petrobras planeja a construção de um oleoduto de muro de 2.000 quilômetros para melhorar a logística de combustíveis para o agronegócio. Se validado, será o primeiro grande oleoduto construído no país desde os anos 1990.
O projeto está em avaliação, mas segundo a direção da empresa, tem grandes chances de trespassar do papel. O traçado, ainda não detalhado, prevê vincular Brasília ao epicentro do agro, na região médio de Mato Grosso. Os estudos indicam a construção de cinco terminais de provisão no trajeto.
O diretor de Comercialização e Logística da Petrobras, Claudio Schlosser, disse nesta terça-feira (4) que a teoria é entregar combustíveis mais baratos àquela região, hoje abastecida por caminhões a partir da capital federalista.
“É um investimento extremamente relevante que há muito tempo o país não via”, afirmou o executivo, em evento para apresentação a fornecedores de projetos de investimento da Petrobras para os próximos anos.
Ele destacou que o consumo de combustíveis na região vem crescendo supra da média pátrio. De vestimenta, segundo dados da ANP (Sucursal Vernáculo do Petróleo, Gás e Biocombustíveis), as vendas de diesel no Núcleo-Oeste cresceram 41% entre 2017 e 2024. Na média pátrio, a subida foi de 22%.
Em 2024, a Petrobras inaugurou um terminal de entrega de diesel em Rondonópolis, de onde abastece o consumidor mato-grossense. Schlosser diz, porém, que foi uma solução provisória para chegar à região. A definitiva seria o oleoduto, que pode chegar até Sinop.
O último grande oleoduto construído no país foi o Osbra (Oleoduto São Paulo-Brasília), que leva combustíveis à capital federalista, de onde o resultado segue por caminhões a outros estados da região. Foi inaugurado em 1996.
Desde logo, a estatal promoveu uma série de ampliações ou modernizações em sua malha de dutos de petróleo e combustíveis líquidos, principalmente na região metropolitana de São Paulo, mas ainda não fez expansão porquê a planejada atualmente.
O diretor da Petrobras diz que a estratégia mercantil da companhia é vender o sumo verosímil de petróleo e derivados no Brasil. Por isso, há outra grande rota em estudo, com o objetivo de atender o Matopiba, região produtora na mote entre os estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia.
Nessa rota, pretende usar transporte marítimo até Marabá (PA) e ferrovia para levar os produtos a consumidores no interno. “Se não ocuparmos esses espaços, vamos perder mercado”, afirmou Schlosser.
O projecto de investimento em refino da estatal preveem a expansão da produção pátrio de combustíveis em 450 milénio barris por dia, com expansão de unidades existentes e a epílogo de projetos paralisados na Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, e no macróbio Comperj (Multíplice Petroquímico do Rio de Janeiro), hoje Multíplice São Boaventura.
A estatal já lançou licitações para diversos pacotes de obras em refinarias, chegando hoje a um volume de encomendas não visto no país desde a invenção do esquema de prevaricação investigado pela Operação Lava Jato.
No evento desta terça, a presidente da Petrobras, Magda Chambriard, disse que a empresa está “absolutamente determinada a fomentar um ciclo virtuoso dos nossos investimentos”, fazendo encomendas junto a fornecedores nacionais.
“Isso vai gerar um esforço muito grande, vai gerar urgência de dezenas de milhares de postos de trabalho”, afirmou. “A indústria tem que estar pronta e os trabalhadores têm que estar capacitados, senão não vamos chegar a lugar nenhum”.