A cozinheira Jessie Hamilton trabalhou mais de 14 anos na casa de fraternidade da Louisiana State University (EUA). Na época, ela era como uma mãe para os alunos que viviam lá: não somente cozinhava para eles, como servia de colo amigo por estarem longe da família.
Bastante comuns nos Estados Unidos, as casas de fraternidade ou irmandades são como repúblicas, onde jovens estudantes são unidos por um mesmo interesse e acabam virando uma família.
“Ela era realmente como uma mãe para nós”, relembra Andrew Fusaiotti, que viveu na Phi Gamma Delta no final dos anos 1980. “Ela nos tratou como se fôssemos seus próprios filhos. Ela estava sempre cuidando de nós”, completa.
O tempo passou, Jessie parou de trabalhar na Phi Gamma Delta, mas, recentemente, teve toda sua dedicação reconhecida pelos ex-estudantes.
No dia 3 de abril, pouco antes de seu 74º aniversário, alguns membros da casa e suas famílias surpreenderam a cozinheira com uma celebração ao ar livre em sua casa em Baton Rouge, ocasião em que a presentearam com US $ 51.765 mil (quase R$ 300 mil).
Este era o valor exato que faltava para que ela finalmente completasse o financiamento de sua casa.
Para chegar neste valor, mais de 100 membros da casa de fraternidade fizeram uma vaquinha. Esta foi a maneira que eles encontraram de devolver todo o amor e cuidado que ela teve por eles durante os anos em que trabalhou na Phi Gamma Delta.
Uma mulher batalhadora
Mãe solo de 3 filhos, Jessie sempre teve uma vida de batalhas. Para sustentar os filhos e manter a casa sozinha, ela teve no mínimo dois empregos – algumas vezes até quatro! Mas o sorriso no rosto e a dedicação aos outros sempre foi sua marca.
Ela começou a trabalhar na casa da fraternidade em 1982. Na época, acordava às 4h da manhã todos os dias e preparava o café da manhã, almoço e jantar para os 100 membros da fraternidade.
Segundo ela, seu trabalho não consistia apenas em preparar as refeições, mas garantir que todos comessem: “Eu também me certificava de que todos comessem”, afirma.
Mãe de 100
Sim, a comida caseira de Jessie era inesquecível, mas sua importância na casa de fraternidade ultrapassava os dotes culinários! De desafios de relacionamento a estresse na véspera dos exames.
“Eu sempre estava lá para conversar sobre as coisas com eles”. Eles entravam na cozinha, se sentavam em cima do balcão e me contavam seus problemas”, relembra a idosa.
“Ela estava sempre perguntando como as outras pessoas estavam e nunca dizia nada sobre si mesma”, disse ele. “Desde o primeiro dia, ela tinha essa aura que atraiu a todos para ela. Ela sempre cuidou de nós”, afirma Johnny Joubert, ex-membro da casa.
Infelizmente, ela deixou a casa de fraternidade em 1996, mas continuou a fazer malabarismos com dois ou três empregos ao mesmo tempo. Em 2006, ela finalmente conseguiu comprar sua casa, financiada em 30 anos.
O contato com os meninos da Phi Gamma Delta sempre se manteve. Até que, em plena pandemia, ela recebeu a ligação de um dos ex-membros, que apenas queria saber como ela estava.
“Foi quando ela me disse que ainda tinha dois empregos”, disse Andrew Fusaiotti. “Eu perguntei a ela por que e ela disse que não tinha dinheiro para se aposentar”, completa.
A vaquinha
Naquele momento, Fusaiotti decidiu fazer alguma coisa para que ela pudesse descansar e se manter em casa com segurança. Com o colega Johnny Joubert, passou os últimos meses organizando uma vaquinha entre todos os ex-membros da fraternidade. Não importa a quantia dada, eles estavam determinados a ajudar a cozinheira.
E então, no início de abril, quando a quantia finalmente havia sido arrecadada, eles organizaram uma festa surpresa, apelidada de Dia de Jessie Hamilton. Com todos os presentes vacinados e sem riscos de contaminação, este foi um dos melhores dias da vida da senhorinha.
“Se eu não estivesse sentada, teria caído!”, disse Hamilton. “Eu estava gritando e chorando”, relembra.
No entanto, é claro que não foi apenas ela quem ficou emocionada. “Para ser capaz de homenagear Jessie e dar a ela algo que mudaria sua vida, eu não acho que poderia descrever completamente como isso nos fez sentir”, disse Joubert.
Assista ao momento emocionante em que Jessie é presenteada (ative a tradução automática para gerar legendas em Português)!
Com a casa paga, ela finalmente poderá levar uma vida mais calma e isso graças aos ex-alunos, que um dia foram tão ajudados por ela. No fim das contas, é tudo uma questão de gratidão!
“Para nós, mostrar aos nossos filhos qual é o verdadeiro significado do sucesso – que não se trata de carros sofisticados, barcos e casas de veraneio – foi incrivelmente especial”, disse Fusaiotti, que tem dois filhos.
“Sucesso é dar um bom exemplo, fazer coisas pelos outros e aproximar as pessoas. Jessie faz todas essas coisas por sua família, amigos, comunidade e colegas de trabalho”, disse emocionado.
Fonte: Washington Post
Quer mais uma história inspiradora? Temos!
SOCIAL – Razões para Acreditar