SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O dólar fechou em queda de 0,56%, cotado a R$ 6,047, nesta terça-feira (10), posteriormente duas sessões consecutivas de recordes históricos. Já a Bolsa encerrou com subida de 0,80%, aos 128.228 pontos, segundo dados da plataforma CMA.
Investidores avaliaram os dados de desaceleração da inflação e ficaram otimistas com relação à tramitação do pacote fiscal no Congresso, posteriormente reunião do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com os presidentes da Câmara e do Senado nesta segunda (9).
Também esteve no radar do mercado o quadro de saúde do presidente Lula depois de passar por uma cirurgia para drenar uma hemorragia no crânio.
Na frente de dados, a atenção dos investidores esteve voltada para a divulgação de novos números sobre a inflação ao consumidor no país.
A inflação solene do Brasil, medida pelo IPCA (Índice Vernáculo de Preços ao Consumidor Vasto), desacelerou a 0,39% em novembro, posteriormente subida de 0,56% em outubro, segundo divulgado nesta manhã pelo IBGE (Instituto Brasiliano de Geografia e Estatística).
Em 12 meses, o IPCA teve progresso de 4,87%, na presença de 4,76% em outubro. O índice ficou supra do teto da meta de inflação perseguida pelo BC (Banco Mediano) -de 3% e uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para reles.
“Os números de hoje definitivamente não oferecem nenhum refresco para o Banco Mediano, e devem substanciar a leitura de uma ação mais incisiva da mando monetária para vedar a deterioração do quadro inflacionário”, pontuou em relatório.
Segundo analistas, apesar de permanecer praticamente dentro do esperado, o resultado mostra um cenário de descontrole inflacionário no país, que já vinha sendo mostrado com a crescente desancoragem das expectativas de inflação do mercado.
Dessa forma, a consequência deve ser uma aceleração no ritmo de aperto monetário pelo Copom, que anuncia sua última decisão de juros do ano nesta quarta-feira (11).
“Esse oferecido do IPCA e a sua formação particularmente ruim devem substanciar as expectativas de que o Copom vai adotar uma postura mais rígida na decisão de amanhã”, disse Leonel Mattos, exegeta de Perceptibilidade de Mercado da StoneX.
“Embora o resultado pleno tenha ficado em traço com as expectativas do mercado, a formação da inflação do IPCA continua piorando, com diversas medidas de núcleo registrando inflação acumulada nos maiores valores em qualquer tempo”, destacou o economista-chefe da Azimut Brasil WM, Gino Olivares.
Operadores colocam 76% de chance de uma subida de 1 ponto percentual na Selic, atualmente em 11,25%, na quarta-feira, contra 24% de verosimilhança de um aumento de 0,75 ponto.
No contexto político, investidores estiveram atentos às negociações em Brasília sobre medidas fiscais anunciadas em novembro.
A notícia de que o presidente Lula se reuniu com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e o presidente do Senado, Rodrigo Pachego (PSD-MG), para resolver uma impasse sobre as emendas parlamentares, afastou os temores de que as medidas de contenção de gastos possam permanecer travadas no Congresso até o próximo ano.
“O mercado reagiu muito à prontidão do Congresso em prosseguir em temas fiscais tão importantes depois que foram indicados os relatores para os textos sobre cortes de gastos”, afirmou Rodrigo Moliterno, head de renda variável da Veedha Investimentos.
Na última segunda, o ministro Flávio Dino, do STF (Supremo Tribunal Federalista), havia rejeitado um recurso da AGU (Advocacia-Universal da União) do governo do presidente Lula (PT) que pedia mudanças na decisão do tribunal sobre as emendas parlamentares.
Com a manutenção das regras e restrições, havia o risco dos parlamentares retaliarem o governo na taxa do incisão de gastos.
A notícia foi mal recebida pelo mercado. O dólar renovou seu recorde histórico nominal e terminou o pregão desta segunda (9) com oscilação positiva de 0,09%, cotado a R$ 6,081.
O noticiário sobre a cirurgia feita por Lula para drenar um hematoma no crânio também foi monitorado. Mais cedo, os médicos que tratam o presidente afirmaram que ele está firme e com a função neurológica preservada. A previsão, “se tudo passar muito”, é que Lula retorne a Brasília no início da próxima semana.
Na visão do gestor de renda variável Tiago Cunha, da Ace Capital, não há qualquer mudança sobre o cenário econômico atual pela requisito de saúde do presidente Lula, uma vez que são decisões de governo e não pessoais, mesmo que obviamente o presidente participe.
“Especulações sobre as condições de saúde interferirem na decisão do presidente em concorrer à reeleição em 2026 me parecem extremamente prematuras”, disse.