Chegado esse momento, é natural que surjam algumas dúvidas acerca dos cuidados que têm que ter quando contatam com outras pessoas – nomeadamente o agregado familiar -, na limpeza dos espaços, na lavagem da roupa ou até com objetos de higiene pessoal. Esclarecemos aqui algumas dessas questões.
Contato com outras pessoas
Quando os doentes têm alta clínica sem indicação para permanecerem em isolamento, isto é, depois de dez ou mais dias de duração de sintomas (no caso da doença leve a moderada), ou depois de 20 dias de sintomas (no caso da doença grave/crítica), não é necessário ter cuidados específicos na interação com os familiares que residam na mesma casa. Se receberem visitas, devem ser adotadas as medidas gerais de prevenção da infecção pelo SARS–CoV-2, isto é, o uso de máscara, distanciamento físico e a escolha de divisões bem arejadas para essas visitas.
Após o fim do isolamento, os doentes clinicamente curados podem também regressar às suas atividades habituais, a menos que haja sintomas (como falta de ar ou cansaço) que as limitem.
Cuidados de limpeza e desinfecção
Depois da alta, é seguro para os restantes membros da família entrar no local onde o doente recuperado permaneceu em isolamento. Contudo, está recomendada a limpeza e desinfecção da divisão com recurso a uma solução à base de álcool. Estes cuidados devem ser adotados em todos os locais da casa onde o indivíduo infectado tenha estado.
Além disso, a roupa da cama – como lençóis e cobertores – deve ser lavada isoladamente (de acordo com os cuidados habituais). A mesma recomendação é aplicável à roupa do indivíduo infectado com COVID-19.
Após estes procedimentos, é muito importante a lavagem das mãos com água e sabão.
Higiene pessoal: o que deve fazer
Após a alta clínica, não é absolutamente necessária a substituição dos objetos pessoais (como as escovas de dentes) desde que estes possam ser desinfectados e limpos.
Embora durante o período de isolamento a pessoa infectada não deva usar o mesmo banheiro que os restantes membros da família, a não ser que não haja alternativa, depois da alta clínica esta medida pode deixar de ser adotada. O risco de transmissão por SARS–CoV-2 a partir das fezes de uma pessoa infectada parece ser reduzido e apesar de esta ser uma via de excreção do vírus, não parece ser uma via preferencial de transmissão.
Depois da alta clínica, devem continuar a ser observados os cuidados básicos de higiene (por exemplo, lavagem e desinfecção das mãos) e etiqueta respiratória, como cobrir o rosto com a dobra do cotovelo ou com um lenço sempre que tossir ou espirrar.
Na alimentação
A nível alimentar, não existem recomendações nutricionais específicas para pessoas recuperadas da Covid-19.
A perda de olfato e/ou de paladar são sintomas comuns, mas que habitualmente são recuperados após resolução da infecção. Há relatos da sua persistência, mas não existem protocolos terapêuticos específicos.
Risco de (re)infecção
De acordo com a evidência científica disponível à data, ainda não é possível confirmar se as pessoas infectadas com SARS–CoV-2 desenvolvem imunidade protetora. O organismo humano pode ir ganhando anticorpos após a infecção e desenvolvimento da doença. Por isso, depois da infecção, estão recomendados os mesmos cuidados de prevenção de infecção e transmissão – uso de máscara, correta higienização das mãos, adoção de uma boa etiqueta respiratória e distanciamento social.
Quanto à capacidade de transmissão do vírus, um indivíduo que tenha tido alta após dez dias de sintomas (doença leve) ou 20 dias (na doença grave) é considerado não contagioso, mesmo que ainda haja um teste positivo (que pode persistir após várias semanas de resolução da doença).
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