RIO DE JANEIRO, RJ (UOL/FOLHAPRESS) – Arthur Zanetti está em um momento diferente. Medalhista olímpico, o ginasta anunciou aposentadoria em janeiro e, atualmente, dá aulas no São Caetano para crianças de 5 a 10 anos.

 

“Vida um pouquinho diferente. Entrei agora como técnico em São Caetano, de escolinha, estou pegando a base. Por enquanto, ser técnico está mais tranquilo. Agora que parei, vejo que um dia que acordo cansado, dor no corpo, não precisar treinar já é um alívio. Mas tem um estresse diferente, um pouco mais mental, para conseguir desenvolver as crianças. Estou gostando, bem motivado”, afirma o agora ex-atleta.

“Tem alguns caminhos que planejei na minha vida e [ser] treinador era um deles. Pretendo ser um treinador de um alto nível, de alto rendimento, e, se tudo der certo, chegar à seleção”

Ele conquistou o ouro em Londres-2012 e a prata na Rio-2016, ambos os pódios na disputa por argolas. Zanetti, nos últimos anos, vinha sofrendo com lesões. Ele ficou fora das Olimpíadas de Paris-2024 porque não se recuperou a tempo após passar por uma cirurgia.

A seleção brasileira masculina passa por uma renovação. Além de Zanetti, Francisco Barreto Júnior, o Chico Barreto, também anunciou a aposentadoria neste ano -Arthur Nory e Diogo Soares se tornaram os mais experientes da equipe nacional.

A seleção, agora, é composta, em grande parte, por atletas mais novos, de 20 a 25 anos. Ainda precisam ter um pouquinho mais de carga em competições internacionais, e esse ano já vai começar com alguns torneios como Copa do Mundo, Sul-Americano, Pan-Americano, para eles ganharem experiência. É diferente competir internacionalmente. Eles vão ganhar essa bagagem para chegar no grande objetivo desse ano, que é o Mundial, e se tudo der certo, vão representar muito bem o nosso país.

O QUE MAIS ELE FALOU?

Como é o Zanetti professor?

“Sigo uma base, mais ou menos, de como fui criado. Não vou dizer rígido, mas, de vez em quando, uns gritos no ginásio (risos). Mas é um grito de motivação. São crianças, mas já cobramos um pouquinho a parte postural, que é algo que estou pegando bastante no pé deles. Na ginástica não adianta fazer os elementos, não ter a postura. Não vale a pena. Então, pego firme nisso. Ainda não estou pegando muitos elementos, mas tem a parte lúdica. Mostro para eles a ginástica, mas ao mesmo tempo brincando, pulando, pendurando nas barras, para eles terem esse primeiro contato.

Gostando?

“Muito, muito. Desafiador. Está sendo bem desafiador para mim, mas estou gostando bastante e espero continuar por muito tempo”

Momento da ginástica brasileira.

“A ginástica cresceu muito. Conforme os ciclos foram passando, a gente foi melhorando os resultados. Os investimentos acabaram sendo até maiores. Por causa dos resultados. A gente sabe que o resultado traz patrocinadores, traz mais investimentos. Então a gente vê que nesta segunda-feira (24) a ginástica é um dos esportes mais assistidos nas Olimpíadas. É um esporte muito procurado nesta segunda-feira (24) no Brasil. E a gente quer que cada ciclo que passe melhore mais pelo fato de a gente ser uma grande potência. A gente tem capacidade de ser uma grande potência no mundo e a gente vai trabalhar para isso”.

A mão coça para usar os aparelhos quando entra no ginásio?

“Vou te falar a verdade, não coça (risos). Eu entro no ginásio, acho que como é muito recente, ainda não bateu aquela saudade, o pessoal pergunta se já subiu nos aparelhos, eu falo que não, não tenho vontade de subir nos aparelhos, não dá saudade, faço uma parte de musculação para manter o físico, para a saúde, mas subir nos aparelhos, ainda essa saudade não me bateu”

Expectativas para Los Angeles-2028.

“Posso falar melhor do masculino. São atletas novos, vão começar a ter uma carga de competições internacionais e tem muito ainda a evoluir. Acredito que, para esse ano, vai ter uma melhora, mas o grande objetivo é Los Angeles, e acredito que pra lá eles vão estar bem preparados”.