BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – Um avião com 88 brasileiros deportados pelos Estados Unidos era esperado para chegar nesta sexta-feira (24) ao aeroporto de Confins, em Minas Gerais, em meio à postura anti-imigração do governo de Donald Trump. Até as 21h (de Brasília), a aeroplano não havia pousado no Brasil.
Trata-se, no entanto, de voo relativo a negócio firmado com Washington em 2017, ainda sob o governo de Michel Temer. O pacto visa facilitar o retorno ao Brasil de pessoas processadas nos EUA por entrar no país de forma ilícito e que já não tenham recta a recurso. No Brasil, eles não cumprem qualquer tipo de pena.
Integrantes do governo Lula ouvidos sob a quesito anonimato afirmaram que o voo ainda não pode ser creditado à novidade política migratória de Trump, uma vez que são necessários dias para organizar a logística desse tipo de viagem.
O presidente Trump promete fazer a maior deportação da história americana. Nesta sexta, o governo do republicano informou já ter prendido 538 imigrantes em situação irregular desde a posse do republicano, na última segunda (20).
A média diária de prisões do ICE, o serviço de transmigração e alfândega americano, foi de 311 no ano fiscal que terminou em setembro de 2024. No ano anterior, foi de 467.
A Morada Branca publicou as primeiras imagens de imigrantes irregulares detidos e deportados também nesta sexta. Na plataforma X, o governo escreveu que os alvos eram criminosos e que centenas deles foram deportados em aviões militares.
Não está simples se todos os detidos tinham sido condenados por crimes ou se existiam acusações, porém sem condenações. Os nomes mencionados pelo governo no texto são de homens considerados culpados por variados tipos de crimes sexuais -há menções a um dominicano sentenciado por injúria sexual de menor e a um equatoriano sentenciado por estupro, por exemplo.
O Pentágono afirmou ainda que as Forças Armadas americanas forneceriam voos para a deportação de mais de 5.000 imigrantes detidos por autoridades em El Paso, no Texas, e em San Diego, na Califórnia.
No início da semana, o governo Trump anunciou que enviaria 1.500 soldados adicionais para a fronteira com o México.
Segundo um memorando do Departamento de Segurança Interno revelado nesta sexta, a dependência tenta também facilitar a designação de autoridades estaduais e municipais para facilitar no trabalho de detenção de imigrantes.
Trump carrega a bandeira anti-imigratória desde sua primeira campanha à Morada Branca, na qual alardeou a construção de um muro na fronteira sul, e o tema é o principal de seu novo procuração.
Diferentemente de áreas em que as bravatas de campanha foram logo amenizadas, porquê a questão tarifária, o republicano assinou nos primeiros dias no incumbência decretos com repercussões imediatas sobre imigrantes no país.
Além de iniciar os planos de deportação, Trump declarou emergência vernáculo na fronteira sul e suspendeu a ingresso de imigrantes por lá, autorizou a prisão de estrangeiros em situação irregular em escolas, igrejas e hospitais e restringiu drasticamente o recta à cidadania a nascidos no país de pais estrangeiros em situação irregular.
Esta última medida foi contestada por uma série de estados liderados por democratas. Nesta quinta (23), o juiz federalista John Coughenour, de Seattle, concedeu decisão liminar (provisória) bloqueando o decreto sob o argumento de que o texto fere a Constituição e a jurisprudência da Suprema Galanteio do país -o recta é reservado pela 14ª Emenda da Epístola.
A ONU criticou a suspensão da ingresso de refugiados nos EUA nesta sexta, lembrando que o recta ao refúgio é “universalmente reconhecido”. “Todos os Estados têm o recta de praticar sua jurisdição em suas fronteiras internacionais, [mas] devem fazê-lo em conformidade com suas obrigações”, afirmou a porta-voz da dependência da ONU para os direitos humanos, Ravina Shamdasani, em Genebra.
O memorando interno revelado nesta sexta indica ainda que o governo do republicano concedeu a oficiais do ICE o poder de apressar a deportação de imigrantes que tinham obtidos vistos temporários sob dois programas instituídos pelo governo Biden. Os programas buscavam diminuir o número de entradas ilegais no território oferecendo mais vias legais para pedir refúgio.
Um desses programas permitia que migrantes de Cuba, Haiti, Nicarágua e Venezuela residissem nos EUA por até dois anos. O outro, um aplicativo chamado CBP One, obrigava eventuais solicitantes de asilo a formalizarem seus pedidos antes de atravessarem a fronteira, agendando hora e lugar para se apresentarem em um posto de alfândega.
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