Que atire a primeira pedra quem nunca esqueceu de passar protetor solar em alguma secção do corpo, ficou exposto ao sol e ao final do dia ganhou uma bela mancha vermelha ardente. Por mais desvelo que se tenha, o protetor solar se torna transparente ao ser espalhado na pele e isso, muitas vezes, nos leva a repetir a proteção em algumas partes do corpo e, sem querer, deixar exposta alguma superfície. O ruim é que só se descobre o erro depois que o estrago está feito. Há ainda, quem abra mão de proteção em dias nublados, esquecendo que o mormaço também queima. Mas o quê você deve fazer se isso ocorrer? O dermatologista Theodoro Habermann, do Vera Cruz Hospital, em Campinas, dá algumas dicas sobre o que se deve e não deve fazer para amenizar o desconforto das queimaduras solares.
A primeira recomendação do dermatologista é não recorrer às tais “dicas caseiras”, que podem aumentar o quadro de queimadura. “Algumas pessoas passam pasta de dente, que contém substâncias químicas e pode obstruir os poros da pele, desencadeando uma reação alérgica. Álcool também não é recomendável, pode até pacificar e refrescar na hora, mas resseca a pele e pode piorar a situação uma vez que remove o véu lipídico, que é a categoria que protege a pele. Colocar compressas de chá, embora proveniente, não é bom devido ao chá ter toxinas que não são adequadas à pele e que também podem levar a um quadro alérgico. Outra dica que parece boa, mas não deve ser usada é colocar gelo. O gelo pode gerar uma vasoconstrição, diminuindo a rega de sangue para aquela região, fazendo com que o quadro piore a queimadura, uma vez que a temperatura lugar não baixa”, explica.
O correto a ser feito, em caso de queimaduras solares é manter uma boa hidratação. “Deve-se ingerir muito líquido para evitar a desidratação, não expor as áreas afetadas ao sol, usando roupa ou ficando na sombra e tomar banho e fazer compressas frios com chuva gelada, mas não com gelo, uma vez que já explicado”, orienta o médico. As loções pós-sol também podem ser usadas no refrigério dos sintomas.
Em casos mais críticos, quando a pessoa sente dor ou desconforto, pode-se tomar qualquer anti-inflamatório ou analgésico, já prescrito por seu médico de crédito em situações anteriores.
Bolhas
Segundo o médico, é preciso tomar diversos cuidados nos casos em que a queimadura se torna uma bolha. O melhor a fazer é buscar uma orientação médica para uma avaliação minuciosa e récipe dos cuidados mais adequados, que podem envolver emprego de loções, curativos, saneamento do lugar, uso de medicações, internação e outros cuidados mais específicos.
Proteja-se!
A exposição aos raios ultravioleta do sol tem efeito cumulativo com o passar dos anos, provocando não só o envelhecimento cutâneo, mas aumentando o risco de cancro de pele. Assim surgem as sardas, manchas e melasmas. “O filtro solar deve ser aplicado sempre meia hora antes e se expor ao sol e reaplicado a cada duas ou três horas. Esse hábito é importante para prevenir os cânceres de pele benignos e malignos”, diz.
Na sombra os mesmos cuidados devem ser adotados. “Os raios ultravioletas passam pelas nuvens, refletem na areia, na chuva e em superfícies claras e isso pode gerar uma refração, atingindo a pele”, explica. O mesmo ocorre dentro da chuva, quando a pessoa está dentro de uma piscina ou no mar. Por isso, o período mais adequado para exposição solar é antes das 10h e posteriormente às 16h, quando a intensidade é menor.
Escolha certa
O dermatologista explica que para se proteger, o filtro solar deve ter fator de no mínimo 30 e que é importante verificar na embalagem se o resultado é ratificado pela Dependência Pátrio de Vigilância Sanitária (Anvisa), o que garante que foi testado e ratificado para prometer efetividade na proteção contra o sol.
“Hoje existe uma grande variedade de protetor solar, o que permite escolher aquele que mais se adequa ao seu tipo de pele e premência. Tem produtos que ajudam no controle da acne, com toque sedento, em gel, em creme, em loção, com emprego em spray, em loção e até maquiagem com proteção solar. Portanto, é provável ter uma boa adaptação”, ressalta.
Também é importante usar chapéu ou boné e óculos solares. Para quem deseja uma proteção maior, existem camisetas desenvolvidas com tecnologia de proteção UVA e UVB disponíveis no mercado, que são uma ótima opção principalmente para crianças.
Sintético
Segundo Habermann, a Anvisa proibiu em 2009 as câmaras de bronzeamento artificiais em todo o Brasil, porém, alguns estados brasileiros liberaram o uso do equipamento. O médico considera um grande retrocesso o uso dessas câmaras. “A exposição às lâmpadas dessas câmaras pode promover sérios danos para a saúde, incluindo o cancro de pele. Outrossim, há o risco de queimaduras, ferimentos cutâneos, envelhecimento precoce da pele e lesões oculares. Portanto, eu não recomendo oriente tipo de bronzeamento”, enfatiza.
Para quem quer manter um bronzeado saudável, o ideal é seguir as recomendações do dermatologista, respeitando os horários mais indicados de exposição solar, o fator mínimo de proteção, o período correto de reaplicação e uma boa hidratação. Se a teoria é estar com a cor da estação, mas sem percorrer o risco de uma queimadura, há ainda os autobronzeadores, que aprovados pela Anvisa e seguindo as orientações do operário, podem ser uma boa escolha para quem não é fã de praia e piscina.
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