SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A passarela Zosima Rosa da Cruz, que passa sobre a avenida Jacu-Pêssego e liga os bairros Jardim Iguatemi e Jardim Augusto, na zona leste de São Paulo, tem preocupado os moradores da região por causa das péssimas condições estruturais.
Segundo eles, a passarela, que foi inaugurada em 2011, nunca contou com ações de zeladoria da prefeitura e, desde 2018, é constantemente vandalizada.
“Primeiro levaram as grades de proteção lateral, depois a proteção superior, que também era de ferro e parecia uma gaiola. Também roubaram os cabos de energia, o que deixou a passarela sem iluminação”, conta o líder comunitário Danilo Bernardino Julian, 31 anos.
E a situação parece ter ficado ainda pior durante a pandemia. Danilo diz que agora vândalos também têm quebrado partes de concreto da passarela para pegar as ferragens da estrutura.
O local é o principal trajeto para os alunos que estudam na Escola Estadual Jardim Iguatemi. Se não utilizarem esse caminho, o trajeto alternativo é quase dois quilômetros mais longo.
A diarista Eni Maria Lopes Giagio, de 55 anos, revela que passa todo dia pela passarela para levar as netas Fernanda, 6 anos, e Beatriz, 10, para a escola. “Passo por ali todos os dias e sempre fico com medo porque não tem proteção nenhuma”, afirma Eni.
Outra reclamação dos moradores é de que assaltos são recorrentes, tanto na passarela quanto no bairro. “Desenvolvemos uma estratégia para passar ali. A gente sempre espera outras pessoas para não andar sozinha. Além disso, eu nunca levo bolsa ou celular. Hoje mesmo levei apenas as chaves de casa e dinheiro para comprar pão porque a chance de ser assaltado e voltar sem nada para casa é muito grande”, conta a diarista.
A empresária Karyni Assis, 29 anos, passa pela mesma situação. Ela utiliza a passarela há quatro anos para levar a filha de 9 anos à escola e reclama do descaso. “É um lugar bem perigoso, tanto pelos problemas na estrutura, quanto pelos assaltos que ocorrem lá. Além da sujeira. Não deveria ser assim, é um local onde passam muitas crianças e adolescentes diariamente. Mesmo com as reclamações que fazemos, nada muda”, diz Karyni.
Segundo o líder comunitário Danilo Bernardino Julian, há uma movimentação intensa dos moradores e das lideranças da região desde 2018 para tentar resolver o problema. “Foi mandado ofício para a prefeitura, para a Siurb (Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana e Obras), o tema foi discutido na reunião do Conseg (Conselho Comunitário de Segurança), mas até agora nada.”
Questionada sobre a situação da passarela Zosima Rosa da Cruz, a Prefeitura de São Paulo, gestão Ricardo Nunes (MDB), afirmou, por meio da Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana e Obras e da SPObras, que “que realizou na sexta-feira, dia 10, vistoria na passarela e não foram detectados danos na sua estrutura. A empresa já está elaborando o croqui para a reposição dos gradis vandalizados e tão logo o documento esteja finalizado, será encaminhado à subprefeitura para execução das obras”.
Sobre a falta de iluminação no local, a gestão disse que já está em desenvolvimento um projeto para o local por meio da Coordenadoria de Gestão da Rede Municipal de Iluminação Pública.
A Subprefeitura São Mateus informou que “a equipe de zeladoria faria uma vistoria no local na terça-feira (14), e caso seja necessário, o serviço deve ser agendado para os próximos dias”.
A subprefeitura diz que “tem realizado serviços de zeladoria frequentes na avenida Jacu Pêssego, importante via expressa que liga a região ao Rodoanel, pelo trecho Leste. Entre eles estão varrição manual e mecânica das bordas, pintura de guias, coleta de lixo e entulho jogado às margens, recolhimento de detritos. A última ação desse tipo ocorreu no início de setembro”.
A reportagem também entrou em contato com a Secretaria de Segurança Pública sobre a reclamação de assaltos frequentes na passarela e na região. Em nota, a gestão João Doria (PSDB) afirmou que a Polícia Militar realiza ações constantes na região, atuando por meio do policiamento preventivo e ostensivo, com reforço do efetivo em regiões com mais incidência de casos e quando necessário, de acordo com a análise dos índices criminais.
“São empenhados os programas Força Tática, Rondas Ostensivas com Apoio de Motocicletas, Ronda Escolar, Radiopatrulha e Policiamento Comunitário. Além disso, diversas ações em combate ao crime são realizadas, entre elas, ponto de visibilidade, operação servir e proteger, operações de cumprimento de mandados, dentre outras”, completou a SSP.
Segundo a pasta, o trabalho da polícia na região, de janeiro a julho deste ano, resultou em 37 detidos em flagrante e 180 veículos roubados e furtados foram recuperados.
Notícias ao Minuto Brasil – Brasil