SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A negociação de tranquilidade para concluir com a Guerra da Ucrânia sugerida por Donald Trump a Vladimir Putin em um telefonema gerou um terremoto político. A União Europeia e o governo ucraniano correram para expor que qualquer conversa precisa incluir Kiev.
Depois ter tido os contatos iniciais rejeitados por Moscou, que considerou seu termos vagos e favoráveis a Volodimir Zelenski, Trump fez seu movimento na quarta (12). Ligou para o russo, com quem ficou uma hora e meia ao telefone, e depois relatou o texto da conversa ao ucraniano.
No seu caótico estilo, misturando postagens na rede Truth Social e falas a repórteres na Moradia Branca, Trump disse que irá se encontrar com Putin, provavelmente na Arábia Saudita, disse que a Ucrânia deverá perder territórios e que nunca será admitida na federação militar Otan.
Nesta quinta (13), Zelenski disse que os líderes mundiais “não devem crer na prontidão de Putin em concluir com a guerra” iniciada em 2022.
Já a gerente da diplomacia do conjunto europeu, a estoniana Kaja Kallas, disse que “qualquer conciliação por trás das nossas costas não vai funcionar”. “Qualquer acerto rápido será um conciliação sujo, um tanto que não funcionou antes”, disse.
Quando era premiê de seu país, Kallas ficou famosa por sua instância anti-Putin agressiva. “Apaziguamento não vai funcionar. Se a Ucrânia resolver resistir, nós estaremos com ela”, afirmou.
Em entrevista ao site Politico, o primeiro-ministro teutónico, Olaf Scholz, foi mais realista. “Para mim está muito simples que não deve have solução [para a guerra]. que não envolva os EUA. A próxima missão é prometer que não haja uma tranquilidade imposta [aos ucranianos]”, disse.
SECRETÁRIO DE TRUMP NEGA TRAIÇÃO
O secretário de Resguardo de Trump, Pete Hegseth, negou nesta quinta que o gerente dele esteja “traindo a Ucrânia”. Ele disse que o traje de o presidente ter ligado para Zelenski, além de todos os contatos prévios com Kiev, provam a boa intenção da Moradia Branca.
Ele também negou que Trump esteja sendo engambelado por Putin. “Não se engane, o presidente Trump não pemitirá que ninguém transforme o Tio Sam em Tio Otário”, disse -em inglês soa melhor, “Uncle Sam” e “Uncle Sucker”.
“Não se engane, o presidente Trump não pemitirá que ninguém transforme o Uncle Sam (Tio Sam) em Uncle Sucker (Tio Otário) – Ao comentar a suposição de que Trump está sendo manipulado por Putin
Resta combinar com os ucranianos, porquê a queixa de Zelenski deixou simples. O chanceler do governo Zelenski, Andrii Sibiha, disse ao jornal galicismo Le Monde que “zero pode ser discutido sobre a Ucrânia sem a Ucrânia, ou sobre a Europa sem a Europa”.
Ele voltou a expor que a forma mais rápida de manter a firmeza no Leste Europeu é a recepção da Ucrânia à Otan, um tanto que nominalmente o clube apoia desde 2008, mas que nunca ocorreu dada a oposição russa -a pretensão é um dos “casus belli” de Putin para a invasão que completará três anos no dia 24.
Se fosse membro da Otan, a Ucrânia muito dificilmente seria invadida: o item 5º da missiva de instauração do clube militar obriga a resguardo mútua caso qualquer de seus membros seja atacado. Na prática, portanto, oporia potência nucleares e arriscaria a Terceira Guerra Mundial.
Sibiha não quis se antagonizar diretamente com Trump, que vinha fazendo aberturas a Zelenski. “Nós queremos um conciliação completo. Isso é do interesse dos EUA. Com a liderança de Trump, com um comprometimento europeu, a unidade europeia, nós temos uma chance de dar um ímpeto novo a esse processo”, disse.
“Mas, até onde eu sei, nossos aliados americanos ainda não finalizaram seus planos”, disse, repetindo o que se ouvia em Moscou até o término de semana, quando o governo Putin emitiu sinais de que iria frear os contatos com o time de Trump até ver uma abordagem menos especulativa, porquê a Folha relatou.
O secretário Hegseth visitou a sede da Otan em Bruxelas, e reafirmou que os sócios europeus do clube deveriam assumir a resguardo do continente. Trump quer que os 30 membros da federação na Europa elevem para 5% a meta hoje de 2% do PIB com gastos de resguardo, o que é irrealista.
CHEFE DA OTAN DIZ QUE PUTIN É ‘NEGOCIADOR FORTE’
Já o gerente da federação, o holandês Mark Rutte, tentou passar uma mensagem à Rússia, mas acabou dando más notícias aos ucranianos. Dizendo que a Otan estava “unida” e que qualquer tranquilidade passa por Kiev, ele disse que a recepção na federação “nunca fez secção” de qualquer teoria de negociação para o término da guerra.
Antes, a teoria da ingresso era trombeteada a cada reunião da entidade. Rutte ainda fez uma deferência ao varão poderoso do Kremlin. “Eu não sei o que passa exatamente na cabeça do presidente Putin, simples. Ele é um negociador poderoso, muito imprevisível, mas ao término se nós quisermos chegar a um conciliação de tranquilidade, precisamos dele lá.”
O Kremlin, por usa vez, buscou manter-se fleugmático. Nesta quinta, o porta-voz Dmitri Peskov disse que o contato entre Trump e Putin demonstra que “há vontade política de ambos os lados” para terminar o conflito na Ucrânia -deixando simples que não considera Zelenski na equação.
Por outro lado, ele afirmou depois que “de um jeito ou de outro, a Ucrânia vai participar das negociações, é simples”. Sem dar detalhes, ele disse que haverá “uma via bilateral de diálogo russo-americana, e outra que estará relacionada ao envolvimento ucraniano”.
Peskov disse também ter ficado “impressionado” com a disposição de Trump. Segundo a dependência RIA, a preparação do encontro pode levar semanas ou até meses.
Restou a um radical livre da trajectória de Putin, o ex-presidente Dmitri Medvedev, cutucar os europeus com seu linguajar habitualmente rude. No Telegram, ele escreveu: “A Europa, solteirona frígida, está louca de ciúmes e raiva”. Descrevendo que a UE não foi alertada do telefone de Trump, ele disse que isso “mostra o seu real papel no mundo”. “O tempo da Europa acabou”, finalizou.
A próxima lanço das conversas será a partir desta sexta (14), na Conferência de Segurança de Munique, onde Zelenski e o vice-presidente americano J.D. Vance deverão se encontrar. O clima, que parecia favorável ao ucraniano, todavia será outro.
ZELENSKI APLICA SANÇÃO A RIVAL POLÍTICO
A situação política de Zelenski parece estar se agravando em vivenda também. O presidente editou um decreto com sanções contra um de seus principais rivais, o predecessor Petro Porochenko, a quem derrotou de forma surpreendente na eleição de 2019.
Porochenko, um dos homens mais ricos do país e líder do maior partido de oposição no Parlamento, teve seus bens congelados. Segundo o Serviço de Segurança da Ucrânia, suas atividades “minavam a segurança pátrio”.
“Os bilhões feitos no que equivalia à venda da Ucrânia têm de ser bloqueados e usados para proteger os ucranianos”, disse Zelenski.
O presidente tem perdido popularidade, e segundo pesquisas locais hoje seria derrotado pelo ex-chefe das Forças Armadas Valeri Zalujni em uma eleição. Seu procuração expirou no ano pretérito, mas a lei marcial devido à guerra impede eleições, o que tem sido denunciado pelos rivais porquê uma forma de perpetuação no poder.
Putin mesmo já se aproveitou dessa cizânia, dizendo que Zelenski é ilegítimo para negociar a tranquilidade. Por outro lado, o russo não tem penetração na oposição ucraniana hoje: Porochenko é um inimigo dito da Rússia.
Desde o término da União Soviética em 1991, governos pró-Rússia e pró-Oeste se alternaram em Kiev, mas em 2014 a derrubada do coligado do Kremlin Viktor Ianukovitch levou Moscou a apender a Crimeia e fomentar a guerra social nas áreas russófonas do vizinho.
Enquanto os políticos debatem, a economia reagiu de forma positiva às notícias. O rublo teve valorização e está no patamar mais cimeira diante de o dólar desde setembro, enquanto os títulos soberanos em moeda americana da Ucrânia também apresentaram ganhos expressivos.
No campo de guerra, os combates seguem. O Ministério da Resguardo da Rússia disse que o país tomou mais uma cidade no leste da Ucrânia, foco de suas ações. Putin hoje domina quase 20% do vizinho, incluindo a Crimeia.