SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Enfim, chegou a hora de a Ucrânia iniciar sua contraofensiva em territórios hoje ocupados por forças da Rússia. Após semanas de especulações e treinamentos, uma das principais autoridades de segurança do país disse à BBC que os ataques são iminentes.
Em entrevista publicada neste sábado (27), Oleksi Danilov evitou estipular uma data para o início da operação, mas apontou que ela pode começar “amanhã, depois de amanhã ou em uma semana”.
Em abril, a Otan, aliança militar liderada pelos Estados Unidos, afirmou que já havia entregado 230 tanques para a prometida contraofensiva da Ucrânia. Outros 1.550 blindados também já estão nas mãos de Kiev. Paralelamente, soldados ucranianos passaram por treinamentos com forças ocidentais por várias semanas.
Tal preparação gerou otimismo no Ocidente, que aposta nesse momento como início de uma derrota das forças de Vladimir Putin na Ucrânia. Até por isso, Danilov sabe que seus soldados precisam corresponder às expectativas: ” Entendemos que não temos o direito de cometer erros”, disse ele à emissora britânica.
“Temos que entender que essa oportunidade histórica nos é dada por Deus para que possamos nos tornar verdadeiramente um grande país europeu independente”, acrescentou.
Na entrevista, ele também confirmou que alguns soldados do grupo de mercenários Wagner estão se retirando da cidade de Bakhmut, palco dos combates mais intensos neste momento da guerra. “Isso não significa que eles vão parar de lutar conosco”, disse.
De acordo com o chefe do grupo, Ievgueni Prigojin, a organização perdeu mais de 20 mil homens na cidade. Nas últimas semanas, ele gravou vídeos pressionando o Exército russo a enviar munições e armamentos para seus soldados -alguns deles, ao lado de corpos.
Danilov também rebateu críticas de que o Exército ucraniano deveria ter retirado suas tropas da cidade, hoje ocupada majoritariamente pelas forças russas, para evitar mais mortes. “Bakhmut é nossa terra, nosso território, e devemos defendê-la”, disse ele.
Ainda neste sábado, dois drones atacaram o oleoduto russo Drujba, na região de Tver, informou o jornal Kommersant, veículo reconhecido nacionalmente e internacionalmente. É incerto se o ataque deixou vítimas.
Já na vila russa de Plejovo, a poucos quilômetros da fronteira com a Ucrânia, um trabalhador da construção civil foi morto após um míssil que teria vindo do lado ucraniano cair na região.
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