SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Depois de um ano e meio em Osasco, na Grande São Paulo, a Uber deve levar a sede de volta à capital paulista. O retorno foi anunciado na noite desta terça (4) pelo prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), em reunião com executivos da empresa.
Em nota, a gestão Nunes diz que quer se fortalecer como principal polo de tecnologia do país e que, para isso, reduziu a alíquota do ISS (Imposto Sobre Serviços). A cobrança do imposto caiu de 5% para 2% no fim do ano passado.
O endereço da nova sede em São Paulo ainda não foi escolhido. Em maio de 2021, a empresa havia anunciado a construção de um novo espaço em Osasco, chamado de Uber Campus, que teria 33 mil metros quadrados de escritórios.
Perguntada se a decisão de voltar à capital envolveu a redução de ISS, a Uber respondeu, em nota, que o motivo foi a política de trabalho híbrido da companhia.
“Observamos, por exemplo, que não é preciso disponibilizar lugares para todos os funcionários ao mesmo tempo, uma vez que a presença física se tornou muito mais rotativa. Decidimos estabelecer nossa sede no Brasil em um espaço adequado à nova dinâmica de trabalho”, afirma a empresa.
A mudança é mais um capítulo da disputa fiscal entre Osasco e São Paulo, com participação da CPI dos Aplicativos. O grupo da Câmara paulistana investiga empresas de aplicativos como a Uber e a 99 – que anunciou a volta à capital em maio – que operam na capital e têm sede em outras cidades.
Em março, vereadores da CPI, presidida por Adilson Amadeu (União Brasil), foram ao local planejado para a sede da Uber em Osasco, ação que gerou atrito entre os prefeitos. O mandatário de Osasco, Rogério Lins (Podemos), disse à época que telefonou para Nunes para reclamar da operação. “O pessoal tem que saber perder também, né. Tem que respeitar”, disse Lins.
Representantes da CPI comemoraram a volta da Uber à capital e estimam um aumento de R$ 200 milhões com a arrecadação de ISS. “O retorno é mais uma vitória da CPI, que investiga, entre outras suspeitas, indícios de evasão fiscal de empresas de transporte e delivery que se estabeleceram em cidades da região metropolitana para pagar menos tributos”, diz a comissão, em nota.
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