SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçou pela primeira vez enaltecer o nível de sanções à Rússia e seus parceiros comerciais caso seu colega Vladimir Putin não aceite negociar o término da Guerra da Ucrânia.

 

Depois de proferir que sempre teve “um relacionamento muito bom” com o russo e costurar até a coligação entre seus países na Segunda Guerra Mundial, Trump escreveu na rede Truth Social que faria “um grande FAVOR” a Putin -em maiúsculas mesmo.

“PARE essa guerra ridícula. SÓ VAI FICAR PIOR. Se nós não fizermos um combinação, e rápido, eu não terei outra escolha senão colocar altos níveis de taxas, tarifas e sanções em qualquer coisa que seja vendida pela Rússia aos Estados Unidos e vários outros países participantes”, escreveu.

Ele ainda fez elogios aos russos e mais que dobrou por conta própria o número de soviéticos mortos na Segunda Guerra, dizendo que foram 60 milhões -país que mais sofreu no conflito, a União Soviética perdeu estimados 27 milhões de civis e militares de 1941, quando foi atacada pela logo aliada Alemanha, até 1945.

Do ponto de vista exclusivamente americano, é uma ameaço nula. O transacção com a Rússia nunca foi muito importante, e as draconianas sanções aplicadas pelo Poente em seguida a invasão da Ucrânia em 2022 o reduziu ainda mais.

Em 2021, a manante mercantil entre os países era de US$ 35 bilhões. Em 2024, meros US$ 3,2, bilhões, com US$ 2,8 bilhões importados pelos EUA, a maior secção em combustível nuclear para usinas, um mercado em que a estatal russa Rosatom tem virtual monopólio global, e fertilizantes. Novas compras do urânio enriquecido foram suspensas no meio do ano pretérito.

Já os “vários outros países participantes” é alguma coisa mais sério, mas o tom de fanfarronada e o veste de nenhum nome ser citado gera dúvidas acerca do que Trump quis proferir.

A China, por exemplo, é a maior parceira mercantil tanto dos russos quanto dos americanos. No ano pretérito, bateu o recorde histórico nos negócios com Moscou, embora compre mais do que venda, ajudando a manter viva a indústria de petróleo e gás de Putin.

Já os EUA representam muro de um terço do superávit recorde de exportações chinesas no ano, na lar de quase US$ 1 trilhão. Dada a interligação entre as duas economias, é incerto se Trump faria alguma coisa a mais além das já duras sanções existentes.

Putin e Xi Jinping, o líder chinês, conversaram por videoconferência em seguida a posse de Trump, reafirmando os termos de sua parceria estratégica.

Nos estertores do governo Joe Biden, foi ampliado o número de petroleiros que transportam resultado russo sob sanções, uma tentativa de impedir o transacção de hidrocarbonetos de Moscou. Muitos usam bandeiras de outros países, visando evadir de fiscalização.

Isso poderá afetar o Brasil, que virou um dos maiores consumidores do óleo diesel russo, fruto da boa relação tanto de Jair Bolsonaro (PL), que era presidente quando a guerra começou, quanto de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com Putin.

Politicamente, Trump declarou seu desprezo público pelo Brasil ao proferir que o país precisava mais dos EUA do que vice-versa. Disse até desconhecer a iniciativa sino-brasileira pela silêncio na Ucrânia. Os americanos são os segundos maiores parceiros comerciais dos brasileiros, depois de Pequim.

Outros países do Brics, o conjunto integrado por Rússia, China, Brasil, Índia e outros, teoricamente também podem ser alvos. Isso dito, as atuais sanções econômicas já fazem empresas de alguns desses países não alinhados aos EUA se afastarem de negócios com os russos.

Por ora, todavia, o que importa é a tática adotada por Trump de pressionar Putin sem buscar criticá-lo demais. Todas as declarações do americano desde que foi eleito, em novembro, vão no sentido de forçar um combinação no qual as partes façam concessões, mas até cá ele só sugeriu que Kiev deva aceita perdas territoriais.

Mais próximo e depois de sua posse, todavia, Trump tem falado um pouco mais grosso com o Kremlin. Isso é visto uma vez que uma forma de negociação, considerando o mantra de que a Rússia só entende a força nessas horas, mas eleva a suspeição em Moscou acerca da confiabilidade do novo presidente.
De todo modo, Trump já disse que quer se encontrar o mais rapidamente verosímil com Putin, e o Kremlin disse estar lhano ao diálogo.