JULIA CHAIB
VIRGÍNIA, EUA (FOLHAPRESS) – Donald Trump fez uma paragem inusitada a três dias da eleição para um comício em Salem, Virgínia, estado onde a adversária Kamala Harris aparece com vantagem nas pesquisas.
A decisão pelo evento num sítio não decisivo para o pleito da próxima terça-feira gerou questionamentos sobre a razão de Trump investir em um celeiro pouco fértil para sua eventual vitória. A Virgínia tem 13 delegados no escola eleitoral e a última vez que o estado votou num republicano para presidente foi em 2004.
“É isso o que está todo mundo se perguntando”, disse à Folha o florista Michael Barbour, 47 anos, apoiador de Kamala.
A paragem de Trump na Virgínia ocorreu em meio a outros dois comícios do republicano na Carolina do Setentrião, leste sim um estado chave, ainda no sábado (2).
Apesar de toar ilógico, um dos motivos para o comício no estado democrata na reta final, apontaram aliados do ex-presidente a jornais americanos, é uma ofensiva da campanha para tentar fabricar uma vaga pró-Trump e conseguir a maioria do voto popular no país.
Em 2016, quando eleito, o republicano conquistou a maioria no escola eleitoral –são necessários apoios de ao menos 270 delegados para optar um presidente–, mas ficou detrás de Hillary Clinton na enumeração totalidade dos votos.
Aliás, republicanos disseram a veículos locais confiar na possibilidade de a Virgínia “virar” e dar os votos dos seus 13 delegados a Trump. Segundo eles, pesquisas internas apontam uma diferença pequena de votos entre o republicano e a democrata no estado.
A opção por sediar o comício em Salem não foi à toa. Situado no meio do estado, o condado faz secção de uma região da Virginia considerada mais conservadora e é um lugar de fácil aproximação.
Neste sábado (2), Trump foi peremptório logo no início de seu oração. “Eu vim para cá por uma razão: eu acredito que podemos lucrar a Virgínia.”
“Eu vim com uma mensagem: se ganharmos a Virgínia, nós ganhamos tudo. É muito verosímil que sem nós iremos lucrar a eleição, mas nós vamos lucrar a Virgínia. O governador [do estado] sentiu, eu senti há muito tempo [a possibilidade de virada do estado]”, disse.
Por mais que as pesquisas recentes apontem um cenário de dificuldade para isso ocorrer, o oração serve para fabricar uma atmosfera de otimismo num estado considerado perdido para os republicanos. Funciona também para fabricar imagens de um evento referto.
De pacto com levantamento Washington Post/Schar School da semana passada, Kamala tem seis pontos adiante de Trump na Virgínia. Outro, do Roanoke College, cidade vizinha a Salem, aponta a democrata com vantagem de 10 pontos.
Durante as quase seis horas de evento, diversos aliados do republicano, incluindo o governador do estado, o republicano Glenn Youngkin, subiram ao palco para pedir que o público vote e convença ao menos outras 10 pessoas a fazer o mesmo. A votação não é obrigatória nos Estados Unidos.
Trump também fez o apelo e enfatizou de obter a maioria do voto popular. “Nós queremos lucrar tudo, o voto popular. É difícil lucrar no voto popular quando você tem Novidade Iorque e a Califórnia indo para os democratas porque eles são muito grandes, mas nós vamos lucrar”, afirmou.
“Eu adoraria lucrar no voto popular mesmo com eles roubando [as eleições]”, disse, fazendo, desde já, acusações sem provas.
Antes da Virgínia, Trump esteve na última quinta-feira (31) no Novo México, outro estado democrata. Segundo integrantes da campanha republicana disseram ao jornal The New York Times, a intenção também é tentar se beneficiar no voto popular caso haja uma presença massiva de eleitores na próxima terça.
Ao veículo, uma porta-voz da campanha do republicano disse que, enquanto Kamala age na “defensiva”, o ex-presidente atua no “ataque” nos estados. Trump também fez comícios em outros locais democratas, porquê Novidade Iorque e Califórnia.
Neste sábado, em Salem, o republicano voltou a criticar a subida da inflação sob o governo Joe Biden, criticou a gestão de Kamala das fronteiras americanas, fez ilações sobre a ex-presidente da Câmara dos Deputados Nancy Pelosi e repisou promessas e acusações de outros discursos. Afirmou que o país vive uma depressão econômica e que a situação ficará pior se Kamala for eleita.
Trump voltou a proferir ainda que ordenaria pena de morte a imigrantes ilegais que matem americanos e também lançou fortes críticas às políticas para transgêneros. O ex-presidente inclusive levou ao palco um time de natação feminino que milita contra a possibilidade de mulheres transgêneros competirem com pessoas do mesmo gênero. Ele fez o gesto para proferir que está ao lado das mulheres.
O oração do republicano durou uma hora e meia, no final da tarde, em um meio de convenções em Salem que atingiu a capacidade máxima de 6 milénio pessoas. Do lado de fora, outras milhares acompanharam as declarações.
Antes de Trump, subiram ao palco apoiadores, entre eles o candidato ao Senado Hung Cao, que discursou ao lado do ex-presidente, que pediu votos ao coligado. O governador Glenn Youngkin foi um dos mais incisivos ao exaltar a valimento do voto na terça-feira (5).
“Vocês precisam trespassar daqui e conversar com outras 10 pessoas. Vamos transformar isso num movimento que vai entregar a Virgínia [aos republicanos]. Nós vamos mudar o Senado [para ter a maioria republicana]”, disse Youngkin.
O governador, coligado de Trump, determinou que não cidadãos americanos sejam impedidos de votar, o que levou ao cancelamento de 1.600 registros de votantes.
“Virgínia merece Hum Kao no Senado. Quando vocês entregarem Virgínia, nós vamos expandir nossa presença na Morada e, se Deus quiser vamos fazer de Trump o novo presidente. Logo aproveitem o comício, saiam daqui e vão trabalhar [por votos].”
Stephen Miller, mentor de Trump, reforçou a mensagem: “Mobilizem e entreguem um tsunami de votos na Virgínia. Se vocês saírem daqui e pegarem seus amigos família, logo, terça, será o dia em que a América dirá que a população foi protegida”, afirmou, diante de uma plateia animada.
Para os apoiadores locais, o comício serviu de excitação. “Eu ouvi proferir que a margem está pequena e leste ano o estado será vermelho”, disse a fazendeira Jenniffer Beam, 49 anos, que acompanhou o comício.
