RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – Três homens foram presos temporariamente e um adolescente foi apreendido na manhã deste domingo (20), no Rio de Janeiro, sob suspeita de planejarem a morte de um morador de rua. O crime, segundo as investigações, seria transmitido pela internet mediante pagamento.
De acordo com a Polícia Civil, o grupo mantinha um canal no Discord no qual veiculava mensagens de ódio contra negros, mulheres e adolescentes. Eles também são suspeitos de maus-tratos a animais e indução a automutilação, estupro virtual e racismo.
Foram presos Kayke Sant’anna Franco, 18, Caio Nicholas Augusto, 18, e Bruce Vaz de Oliveira, 23, além de um adolescente de 17 anos apreendido. Os mandados foram cumpridos em Vicente de Carvalho (zona norte) e Bangu (zona oeste), na capital fluminense.
Os suspeitos não tinham defesa constituída até a publicação desta reportagem.
Segundo as investigações, Caio e Kayke divulgaram no canal que pretendiam matar uma pessoa em situação de rua neste domingo com uso de coquetel molotov, em ação semelhante a uma ocorrida em fevereiro. A suspeita é de que a transmissão seria paga.
De acordo com a investigação, Bruce Vaz é o administrador do grupo do Discord.
Nas redes sociais, segundo a investigação, o suspeito se apresentava como defensor dos animais, participando de eventos em defesa da causa e criando gatos em casa. Numa das postagens, ele afirma ter acompanhado mesas de debate do G20 Social e concedido entrevista sobre o tema.
Contudo, segundo a polícia, Bruce participou de uma sessão de dissecação de um gato vivo junto com comparsas. Ele também pretendia transmitir a morte de um coelho, vinculando o crime à Páscoa.
“Um deles se apresentava publicamente como ativista ambiental e protetor dos animais, o que contrastava brutalmente com sua conduta nas redes, onde promovia e compartilhava atos de extrema violência e perversidade”, diz o Ministério da Justiça.
A investigação teve como origem o Laboratório de Operações Cibernéticas (Ciberlab) do Ministério da Justiça, que monitora crimes cometidos pelas redes sociais. As prisões foram realizadas pela Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima e da 19ª DP (Tijuca).
“As investigações revelaram que o grupo atuava de forma coordenada, disseminando conteúdo violento e promovendo apologia a crimes com a automutilação coletiva de meninas, crueldade contra animais e incitação ao extremismo religioso. Os três homens detidos neste domingo são apontados como líderes do grupo e executores da comunidade criminosa virtual”, afirma o Ministério da Justiça.
A apuração apontou que um grupo de 52 pessoas participou de uma sessão de automutilação de uma adolescente.
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