GABRIEL JUSTO
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Enel afirmou que o temporal que atingiu a cidade de São Paulo nesta sexta-feira (11) foi um “evento climatológico extremo” que causou o desligamento de 17 linhas de subida tensão. Até a manhã deste sábado (12), 5 haviam sido plenamente reestabelecidas. Outrossim, 11 subestações de força foram desligadas, sendo que 8 foram religadas.
Em entrevista coletiva, a empresa se esquivou de dar um prazo para o religamento da força em todos os locais. Há moradores de São Paulo há mais de 13 horas sem luz. “Eu não quero passar uma previsão para vocês sobre a qual eu não tenho evidência real de que vamos conseguir atender”, disse o presidente da Enel São Paulo, Guilherme Lencastre.
“A meta é reestabelecer todos os clientes o mais rápido provável, mas temos que trabalhar com as informações que temos, e ainda temos muitas informações chegando”, afirmou.
“Temos consciência do transtorno, sabemos da nossa responsabilidade”, completou o presidente da Enel.
No totalidade, 2,1 milhões de clientes ficaram sem força durante o temporal. Até a manhã deste sábado, a luz havia voltado para unicamente 500 milénio. A Enel diz ter recebido mais de 1 milhão de chamadas e que está priorizando os clientes críticos e as linhas de subida tensão.
As áreas mais atingidas foram zonas oeste e sul, além de municípios porquê Taboão da Serra, Cotia, São Bernardo, Santo André e Diadema. A concessionária afirmou que as rajadas de vento “entraram” pela zona oeste e, depois, passaram pela zona sul, onde houve o maior número de estragos.
A concessionária argumenta que, apesar do tamanho da ruína, está mais preparada do que na tragédia de 2023, quando clientes ficaram mais de uma semana sem luz.
“É simples que os eventos climáticos extremos vieram e estão acontecendo, e vão continuar. Neste ano, estamos mais preparados que no ano pretérito. Nossos planos de emergência já estavam adaptados. Mas os efeitos foram de veste muito relevantes”, disse Lencastre.
A Enel afirma que mobilizou 1.600 técnicos e deve chegar a 2.500 até o termo do dia. A empresa diz que trouxe para São Paulo equipes do Ceará e do Rio de Janeiro, além de pedir ajuda de concessionarias vizinhas.
Por termo, o presidente da Enel afirmou que é preciso também investimento maior em podas de árvores. “Vocês ouviram sobre um projecto de investimento para os próximos três anos, são R$ 6,2 bilhões. Qual a mensagem cá? Que não vamos resolver todos os problemas hoje, mas vamos evoluir e melhorar aos poucos, entregando uma rede cada vez mais resiliente. As redes no Brasil são majoritariamente aéreas, e estão suscetíveis a esses eventos climáticos extremos. Precisamos trabalhar para que a resiliência seja maior. Isso requer investimento, mas também aumentar o número de podas, que dobramos do ano pretérito para cá. Tem capacitação de profissionais também, melhorar os canais de informação com os clientes e com as prefeituras. Mas eu não posso manifestar que vai estar resolvido hoje, porque esses eventos vão continuar acontecendo.”
MORTES
Durante o temporal, uma árvore caiu em uma feira na rua Professor Nina Stocco, em Campo Limpo, na zona sul, atingindo duas pessoas. Uma vítima teve o óbito constatado pelo médico do Samu no sítio. A outra foi socorrida ao pronto-socorro da região.
Em Bauru, no interno do estado, outras três pessoas e um cachorro morreram por volta das 18h depois serem atingidos por um muro que colapsou com a força do vento e da chuva no bairro Samambaia, de contrato com a Resguardo Social.
Na Grande São Paulo, uma pessoa morreu em Diadema, de contrato com a Resguardo Social, atingida por uma árvore, e outra ficou ferida por um galho. Já em Cotia, segundo o Corpo de Bombeiros, duas pessoas morreram depois o desabamento de um muro. Elas chegaram a ser socorridas inconscientes e em estado grave, mas não resistiram. Uma terceira vítima sofreu escoriações e passa muito.