SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Ao menos 41 pessoas morreram desde quinta-feira (16) em Bangladesh e na Índia devido a alagamentos e deslizamentos provocados por fortes chuvas. Outros seis milhões de habitantes estão ilhados, sem condições de sair de suas casas e abrigos, afirmaram autoridades dos dois países neste sábado (18).
Entre os mortos estão três adolescentes de 12 a 14 anos. De acordo com um especialista do governo de Bangladesh ouvido pela agência de notícias Reuters, trata-se das maiores inundações na região em pelo menos 18 anos. As enchentes seriam consequências do escoamento das águas de temporais nas montanhas indianas, e a expectativa é que chuvas mais fortes ocorram nos próximos dias.
As inundações e os deslizamentos são frequentes durante a temporada de monções, de junho a setembro.
Especialistas, porém, indicam que a crise climática agrava e acelera os incidentes. “Grande parte do nordeste do país está submersa, e a situação está piorando à medida que fortes chuvas continuam”, disse Mohammad Mosharraf Hossain, administrador-chefe da região de Sylhet, no nordeste de Bangladesh, onde as inundações também forçaram o fechamento de um dos aeroportos internacionais do país.
A situação é pior no distrito de Sunamganj, o mais afetado pelas chuvas. De acordo com autoridades, o local está quase desconectado do resto do território do país, e as Forças Armadas tiveram de auxiliar nas buscas de mortos e no resgate de ilhados. A área está a cerca de 220 quilômetros da capital Daca.
“Há escassez de barcos, o que dificulta o deslocamento das pessoas para locais mais seguros”, afirmou Hossain. Imagens da imprensa local mostram estradas e ferrovias de Bangladesh submersas, com pessoas atravessando águas marrons e agitadas. Alguns carregam pertences e conduzem gados.
Há, ainda, relatos de falta de energia e internet, e diversas escolas foram convertidas em abrigos de emergência para receber habitantes de aldeias que foram inundadas em poucas horas.
No nordeste da Índia, as Forças Armadas também auxiliam os resgates após deslizamentos de terra matarem ao menos 16 pessoas e desalojarem quase 2 milhões nos últimos três dias.
Na tarde deste sábado, madrugada no Brasil, o premiê indiano, Narendra Modi, escreveu no Twitter que conversou com autoridades do estado de Assam, a região mais afetada pelas enchentes no país. “Assegurei todo o apoio possível e rezo pela segurança e bem-estar do povo afetado pelas inundações.”
Em julho do ano passado, mais de cem pessoas morreram na Índia devido a fortes chuvas no período de monções. À época, mais da metade das mortes aconteceu em Raigad, ao sul de Mumbai, no estado de Maharashtra. O local foi atingido pela maior chuva em quatro décadas, de acordo com especialistas.
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