A tempestade Chalane e o ciclone Eloise, que atingiram o centro de Moçambique entre dezembro e janeiro, provocando cheias nas semanas seguintes, causaram a morte de 40 pessoas na província de Manica, anunciou hoje o secretário de Estado, num novo balanço.
A maior parte das vítimas morreu devido ao desabamento de casas, além de afogamento e descarga elétrica, segundo Edson Macuácua, secretário de Estado da província de Manica, elevando os números até aqui divulgados.
“Estamos com 40 óbitos [contabilizados] até hoje e eu penso que poderemos ter ainda mais”, disse, referindo que é preciso refletir sobre a forma como é feita a construção de infraestruturas naquela província.
“Temos de refletir sobre o que mudar na forma de construção, tendo em conta a localização das infraestruturas públicas, dos assentamentos humanos e a qualidade e técnicas de construção que são usados”, referiu.
A tempestade Chalane atingiu o centro do país em dezembro de 2020 seguindo-se o ciclone Eloise, em janeiro.
O país está em plena época chuvosa e de ciclones, que ocorre entre os meses de outubro e abril, com ventos oriundos do Índico e cheias com origem nas bacias hidrográficas da África Austral.
Desde janeiro as autoridades moçambicanas têm alertado sobre o risco de inundações em várias províncias, majoritariamente devido à subida do caudal de rios, causado pela chuva em Moçambique e países vizinhos, além de descargas de barragens.
Muitas famílias têm sido retiradas das zonas de risco, com várias vias de acesso interrompidas o que leva ao isolamento de algumas regiões do país, dificultando a assistência humanitária.
O Instituto Nacional de Meteorologia prevê a aproximação de outro sistema de baixas pressões que poderá evoluir para o grau de depressão tropical e atingir a costa moçambicana durante o fim de semana.
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