(FOLHAPRESS) – Recém-completados dois anos de procuração, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) cumpriu 21% das 124 promessas feitas durante a campanha de 2022 ao Governo de São Paulo e catalogadas pela reportagem.

 

Outrossim, de concordância com o levantamento feito pela reportagem, 44% dos compromissos estão em curso; 19%, em ritmo lento, e 15%, parados.

Nessa ritmo, o governador conseguiu executar uma promessa a cada 28 dias de procuração, ligeiramente mais rápido que em 2023, quando foram 30 dias para cada item. Para findar os compromissos dentro dos quatro anos de governo, a hipotética média ideal seria concluir um a cada 12 dias.

Os objetivos do director do Executivo estadual classificados pela reportagem foram estabelecidos durante a campanha eleitoral de 2022, no projecto de governo e em falas públicas -durante entrevistas à prensa, por exemplo- no pleito em que ele venceu Fernando Haddad (PT) e encerrou 28 anos de predominância do PSDB em terras paulistas.

No totalidade, são 26 promessas concluídas na primeira metade do procuração; 55 em curso; 24 em ritmo lento e 19 promessas paradas.

Em nota, o Governo de São Paulo, por meio da Secretaria de Notícia, afirmou que a gestão alcançou resultados expressivos em todas as áreas de atuação e que teria concluído 40% de todos os compromissos de campanha, com outros 58% em curso e 2% pendentes.

Ressaltou ainda políticas públicas porquê a modernização da máquina pública, a redução do número de estatais, a informatização de serviços para a população e o fortalecimento de agências reguladoras estaduais, além do curso de obras porquê o trecho setentrião do Rodoanel e a Risco 17-ouro do metrô.

A reportagem considerou finalizadas as propostas que tiveram curso e foram completamente implementadas, porquê no caso da inauguração de 30 novos Bom Prato -foram abertas 37 unidades no procuração de Tarcísio. Por outro lado, estão parados os compromissos em que não houve pregão nem tomada de medidas, direta ou indiretamente.

Para uma proposta ser considerada em curso, ela precisa ter sido anunciada e implementada, ou seja, o projeto ter saído do papel. Um dos casos é a ampliação da acessibilidade nas escolas: o governo injetou R$ 1,75 bilhão para as escolas investirem no tema, sendo um passo efetivo para a implementação da política pública.

Por término, são classificados porquê lentos compromissos em que alguma política pública foi anunciada, mas não está em vias de implementação.

Um exemplo é a avaliação de servidores públicos por desempenho, que Tarcísio prometeu em seu projecto de governo. O Palácio dos Bandeirantes tomou ações indiretas sobre o tema, modernizando os sistemas de gestão dos funcionários estaduais, mas não tomou atitudes práticas para avaliá-los de concordância com seus resultados.

O status atual das promessas foi obtido a partir de informações dos órgãos do próprio governo estadual. Para o observador político Marco Antonio Roble Teixeira, professor da FGV (Instauração Getulio Vargas), o percentual é classificado porquê “razoável”, já que os números de promessas cumpridas e em curso somam mais de 60%.

“Raramente o prefeito, por exemplo, consegue entregar mais de 30% do que ele prometeu no início do governo. Portanto, esse balanço é bastante favorável, considerando que tem mais dois anos e também que governadores e prefeitos que buscam a reeleição fazem muitas entregas nos dois últimos anos de governo”, afirma.

As áreas de economia (6) e governo do dedo (5) são as que mais tiveram promessas concluídas até o momento. Não foram finalizados nenhum dos objetivos das pastas de Cultura, Esporte, Meio Envolvente e Transporte e ações relativas ao núcleo da cidade de São Paulo.

Apesar disso, grandes bandeiras do governador, porquê a privatização da Sabesp (empresa de saneamento obrigatório) e da Emae (Empresa Metropolitana de Águas e Virilidade) foram concluídas no ano pretérito.

O compromisso sobre a revisão da política de câmeras corporais usadas por policiais militares passou por reviravoltas e foi do status de em curso em 2023 para parado em 2024.

Enquanto ainda era candidato, em gesto a aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e contrariando especialistas em segurança pública, Tarcísio afirmou que retiraria as câmeras instaladas nos uniformes dos PMs caso fosse eleito. No ano pretérito, depois de circularem imagens de um agente jogando um varão de uma ponte durante abordagem, o governador voltou detrás.

“Eu admito, estava incorrecto. Eu me enganei, e não tem nenhum problema eu chegar cá e proferir para vocês que eu me enganei, que eu estava incorrecto, que tinha uma visão equivocada sobre a influência das câmeras [corporais]”, disse o governador em dezembro.

Na mesma ocasião, o mandatário afirmou que as câmeras são importantes para proteger os policiais. “O oração de segurança jurídica que a gente precisa dar para os profissionais de segurança pública para combater, de forma firme, o delito não pode ser confundido com salvo-conduto para fazer qualquer coisa, para descumprir regra.”

Em março de 2024, Tarcísio havia dito que não estava “nem aí” para as denúncias de abusos cometidos durante a Operação Verão da Polícia Militar, no litoral de São Paulo.

“Sinceramente, nós temos muita tranquilidade com o que está sendo feito. E aí o pessoal pode ir na ONU, pode ir na Liga da Justiça, no relâmpago que o parta, que eu não tô nem aí”, disse o governador na idade.

A comentador política e pesquisadora Júlia Almeida avalia que é importante medir as promessas para além dos números absolutos, refletindo sobre dois pontos principais: o proporção da dificuldade de implementação das propostas cumpridas e ainda a natureza das propostas com o impacto da sua gestão.

Para ela, é provável determinar que a realização das propostas de segurança pública pode ser considerada eficiente do ponto de vista de emprego da agenda de uma polícia “mais violenta”, em sintonia com a resguardo de aliados do governador, mas não do ponto de vista de aumento da segurança pública da população.

“O cumprimento das propostas de campanha precisa levar em conta essas problematizáveis. Ele pode vir a executar a totalidade, na tentativa de fortalecer a construção da sua imagem de gestão eficiente. O objetivo é se tornar palatável para 2026. Os custos, porquê vimos, são altos para a população”, afirma a pesquisadora.

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